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5 de agosto de 2011

Simonianismo - seita

Os Simonianos eram uma seita gnóstica do século II dC que considerava Simão Mago como seu fundador e cujas doutrinas, chamadas Simonianismo, eram também baseadas nos ensinamentos dele. A seita floresceu na Síria, em vários distritos da Ásia Menor e em Roma. No século terceiro, remanescentes da seita ainda existiam, como relatado por Orígenes na sua obra Contra Celso e sobreviveram até o século IV dC[1]. Segundo ele:
Também Simão o samaritano, um mago, desejava roubar alguns [fiéis] com sua mágica. E naquele tempo ele de fato conseguiu com sua fraude, mas agora eu acredito que não seja possível encontrar 30 simonianos ao todo no mundo; e talvez eu tenha colocado um número muito mais alto do que realmente é. Mas na palestina há uns poucos, e nos resto do mundo, onde ele desejava espalhar sua própria glória, seu nome não é mais mencionado. E se é, só acontece por causa dos Atos dos Apóstolos. Sãos os cristãos que dizem o que é dito sobre ele e hoje é claro como a luz do dia que Simão não era nada divino

Quando Justino Mártir escreveu em sua Primeira Apologia[3] em 152 dC, a seita dos simonianos parecia ser formidável, pois ele cita quatro vezes o seu fundador, Simão Mago. [4][5].
Os simonianos também foram mencionados por Hegesipo, reutilizado depois por Eusébio de Cesaréia[6]. Suas doutrinas foram citadas e contra-argumentadas por Ireneu em seu Adversus Haereses[7], por Hipólito em Philosophumena[8] e depois por Epifânio[9]. Orígenes também menciona que alguns da seita eram chamados de Heleniani[10].

A Grande declaração  ( Apophasis )

Em Philosophumena de Hipólito, a doutrina de Simão é relatada de acordo com sua obra A Grande Declaração e é evidente que o que nos chegou são as opiniões doutrinárias dos simonianos como elas haviam se desenvolvido no século II dC. Como o próprio Hipólito afirma em mais de um lugar[11], o simonianismo é uma forma mais primitiva do valentianismo, com alguns resquícios de aristotelismo e estoicismo.

Linhas gerais
O livro todo é uma mistura de influências helênicas e hebraicas no qual as mesmas alegorias são aplicadas a HomeroHesíodo e Moisés. Começando com a afirmação de Moisés que «Pois Jeová teu Deus é um fogo consumidor...» (Deuteronômio 4:24)[12], Simão a combina com a filosofia de Heráclito onde o fogo é o primeiro princípio de tudo. Este primeiro princípio ele chamou de "Poder sem limites" e declarou que ele está dentro dos filhos dos homens, seres nascidos de carne e sangue. Mas o fogo não era tão simples como muitos imaginavam e Simão fez distinção entre suas propriedades escondidas e manifestas, mantendo que as primeiras era a causa das últimas. Como os Estóicos, ele concebeu este fogo como um ser inteligente. Deste ser não-gerado brotou o mundo como conhecemos, por meio do qual existiam seis raízes, cada uma com seus lados de dentro e de fora, organizadas assim (em inglês):

Esta seis raízes, Mente, Voz, Razão, Reflexo, Nome e Pensamento são também chamadas "Seis Poderes". Misturado com elas estava o grande poder, o "Poder sem Limites". Este é o que "permaneceu, permanece e permanecerá" ("He who has stood, stands, and will stand"em inglês no diagrama). O sétimo poder ("Raíz") corresponde ao sétimo dia após os seis dias da criação. Este sétimo poder existia antes do mundo e é o "Espírito de Deus que pairava sobre as águas" («...mas o espírito de Deus pairava por cima das águas» (Gênesis 1:2)[12]). Ele existe potencialmente em cada um dos filhos dos homens e pode ser desenvolvido em cada um até sua própria imensidão. O pequeno pode se tornar grande, o ponto pode ser aumentado ao infinito[13]. Contudo, caberia a cada um desenvolve-lo e é sobre esta responsabilidade que estaria implícita nas palavras «...para não sermos condenados com o mundo» (I Coríntios 11:32)[12]. Pois se a imagem "Daquele que Permanece" não for atualizada em nós, ela não sobrevive à morte do corpo. "O machado", ele disse, "está perto das raízes da árvore: cada árvore que não produzir bons frutos é cortada e atirada ao fogo" (como «O machado já está posto à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não dá bom fruto, é cortada e lançada no fogo» (Mateus 3:10)[12]).


Eden

O livro tem também uma fascinante interpretação fisiológica do Jardim do Éden que evidencia um certo conhecimento anatômico por parte se Simão ou seus seguidores. Aqui o Paraíso é o útero e o rio que corre para fora do Éden, o cordão umbilical.
O umbigo [o cordão umbilical], ele diz, é dividido em quatro canais, pois de cada lado do umbigo [cordão] estão colocados dois dutos de ar para levar a respiração e duas veias para levar o sangue. Mas, ele continua, o umbigo [cordão] saindo do Éden é conectado ao feto nas regiões epigástricas, no que é comumente chamado por todos de umbigo... e as duas veias por onde o sangue flui e é transportado da região Edênica através do que é chamado de portas do fígado [porta hepatis], que alimenta o feto. E os dutos de ar, que dissemos que eram canais para respiração, abraçando a bexiga em cada um dos lados da pelvis, são unidos por um grande duto que é chamado de aorta dorsal.... O todo (do feto) é embrulhando num envelope, chamado âmnio e é alimentado pelo umbigo e recebe a respiração do duto dorsal, como já disse

— Simão Mago, A Grande Declaração
Os cinco livros de Moisés são representados como os cinco sentidos:
1.   Gênesis: Concepção e Visão
2.   Êxodo: Nascimento e Audição
3.   Levítico: Respiração e Olfato
4.   Números: Fala e Paladar
5.   Deuteronômio: Síntese e Tato

Fragmento
Como o lado feminino do ser original aparece o "pensamento" ou "concepção" (Ennoia), que é "mãe" de todos os Aeons. Há uma passagem mística sobre a unidade de todas as coisas, que lembra o Tablete Esmeralda.
A vocês, portanto, Eu digo o que eu digo e escrevo o que escrevo. E o que foi escrito é isto.
Dos Aeons universais há dois ramos, sem começo e nem fim, brotando de uma única Raiz, que é o Poder invisível, inapreensível Silêncio. Destes ramos, um é manifestado de cima, que é o Grande Poder, a Mente Universal organizando todas as coisas, masculino, e o outro, de baixo, o Grande Pensamento, feminino, produzindo todas as coisas.
Assim, emparelhando-se com o outro, eles se uniram e manifestaram a Distância do Meio, o Ar incompreensível, sem começo e nem fim. Nele está o Pai que sustenta todas as coisas e que nutre todas as coisas que tem começo e fim.
Este é Aquele que permaneceu, permanece e permanecerá, um poder masculino-feminino como o pré-existente Poder sem Limites, que não tem começo e nem fim, existindo em unicidade. Pois é deste que o Pensamento na unicidade ocorreu e se tornou dois.
Então ele era um; por ter tido ela em si, ele era um, não porém o primeiro, embora pré-existindo, mas sendo manifestado de si para si, ele se tornou segundo. E ele não era chamado de Pai antes de (Pensamento) chamá-lo de Pai.
Produzindo, portanto, a si próprio sozinho, ele manifestou para si seu próprio Pensamento, assim também o Pensamento que estava manifestado não fez o Pai, mas contemplando-o escondeu-o - o Poder - nela, e é masculino-feminino, Poder e Pensamento.
Daí eles se emparelharam se tornando um, pois não há diferença entre Poder e Pensamento. Das coisas acima se descobriu o Poder, das de baixo, Pensamento.
Da mesma maneira também aquele que foi manifestado a partir deles embora seja um é porém encontrado como dois, o masculino-feminino tendo o feminino dentro de si. Assim Mente está em Pensamento - coisas inseparáveis uma da outra que embora sejam um uma são porém duas

— Simão Mago, A Grande Declaração[14].


Praticas

Os simonianos foram acusados de usar mágica e teurgia, encantamentos e poções do amor; tratar a idolatria com indiferença, reputando-a nem como boa nem como má[15], proclamar que todo sexo era amor perfeito e, de maneira geral, de viver vidas muito desordenadas e imorais. Eusébio[16] afirma que os simonianos são a mais imoral e depravada seita do mundo. De modo geral, dizia-se que eles não acreditavam que nada em si era bom ou mau por natureza: não eram boas obras que faziam dos homens santos no próximo mundo, mas a graça impingida por Simão e Helena naqueles que os seguiam [17]
Até o fim, acreditava-se que os simonianos veneravam Simão Mago sob a imagem de Zeus e Helena sob a de Atena. Porém, Hipólito adiciona que "Se algum, vendo as imagens de Simão ou Helena, os chamar por estes nomes, ele é retirado por mostrar ignorância nos mistérios". Daí fica evidente que os simonianos não permitiam que se adorassem diretamente os seus fundadores. Na texto ClementinoReconhecimentos, Helena é chamada de Luna[18], o que pode significar que as imagens seria representações do sol e da lua.
Tudo isso, porém, são informações que nos chegaram por relatos de segunda mão dados por oponentes dos simonianos. É discutível se estes detratores iriam fielmente e acuradamente relatar a verdade sobre Simão e seus seguidores, ainda que eles tivessem informação suficiente pra isso.

Testemunho da Verdade


Fora destas fontes patrísticas, os simonianos foram brevemente mencionados no Testemunho da verdade(58,1-60,3)[19] da Biblioteca de Nag Hammadi, uma coleção de manuscritos gnósticos descobertos em 1945 no Egito. O autor aparentemente os incluiu numa longa lista de heréticos[20]:
Eles [não] concordam entre si. Pois os Si[mo]nianos se casam e tem filhos, mas os ...anos se abstém de suas... natureza ... uma paixão ... as gotas de ... os unge ... que nós ...
[Uma linha faltando]
... eles concordam entre si ... ele ... eles ...
[Da linha 14 até o final da página, faltando]
... julgamento(s) ... para eles, por causa de ... eles ... os heréticos ... cisma(s) ... e os homens ... são homens ... eles irão pertencer ao mundo dos governantes-terrenos das trevas ...
[Uma linha faltando]
... do mundo ...
[Uma linha faltando]
... eles tem ... os arcontes ... poder ...
[Uma linha faltando]
... julga[-los] ... Mas os ... palavra(s) de ...
[Da linha 20 até o final da página, faltando]
... falar, enquanto eles ... se tornar ... em um [inapagável] fogo ... eles são punidos.

— Testemunho da verdade[19],
O tradutor Birger A. Pearson diz que esta passagem provavelmente lida com as práticas de seitas gnósticas libertinas, mas pelo estado fragmentário do texto é impossível saber a que grupos eles se referem. O ascético e decidido autor pode ter não ter tido nenhum outro problema com os simonianos exceto eles se casarem e terem filhos. Porém, Epifânio acusou os simonianos de "se entregarem aos mistérios da obscenidade e - argumentando mais seriamente - nos líquidos corporais (em latimemissionum virorum, feminarum menstruorum) que deveriam ser coletados para uso em mistérios de uma forma imunda; e que esses seriam os mistérios da vida e a mais perfeita gnosis[21].

Legado

Duas outras seitas tinham uma conexão muito próxima com os simonianos, os dositeanos e os menandrianos, provavelmente ramos do simonianismo. Seus nomes são heranças de seus fundadores, Dositeu e Menandro, respectivamente.
Acredita-se que Dositeu, um samaritano, tenha originalmente sido professor e depois pupilo de Simão Mago. Até pelo menos o começo do século VII dC, Eulógio de Alexandria[22] se opôs aos dositeanos que consideravam Dositeu como o grande profeta previsto por Moisés. Dositeu morreu de inanição[23].
Assim como Simão, Menandro - seu pupilo e, após sua morte, seu mais importante sucessor - também proclamou a si mesmo como sendo o enviado de Deus, o Messias. Da mesma forma, ele ensinou sobre a criação do mundo por anjos enviados pelaEnnoia (Sophia). Ele afirmava também que os homens receberam a imortalidade e a ressurreição pelo seu batismo e praticava as artes mágicas. A seita fundada por ele, os Menandrianos, continuaram a existir por um considerável período de tempo.

Referencias

1.    OrígenesContra Celsum (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 57, vol. I. e OrígenesContra Celsum (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 11, vol. VI.
2.    OrígenesContra Celsum (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 57, vol. I.
3.    Justino MártirPrimeira Apologia: Magicians not trusted by Christians (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 26, vol. I.
4.    Dictionary of Christian Biography (em inglês). [S.l.: s.n.]. 682 p. vol. 4.
5.    Hastings' Dictionary of the Apostolic Church (em inglês). [S.l.: s.n.]. 496 p. vol. 2.
6.    Eusébio de CesaréiaHistória Eclesiástica: Hegesippus and the Events which he mentions (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 22, vol. IV.
7.    IreneuAdversus Haereses: Doctrines and practices of Simon Magus and Menander (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 23, vol. I.
8.    Hipólito de RomaRefutação de todas as heresias: Capítulos sobre Simão Mago (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 9-20, vol. VI. eHipólito de RomaRefutação de todas as heresias: Simon Magus (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 8, vol. X.
10.  OrígenesContra Celsum (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 62, vol. V.
11.  Hipólito de RomaRefutação de todas as heresias: The Hebdomadarii; System of the Arithmeticians; Pressed into the Service of Heresy; Instances Of, in Simon and Valentinus; The Nature of the Universe Deducible from the Physiology of the Brains(em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 51, vol. IV. e Hipólito de Roma.Refutação de todas as heresias: Pythagoras' Cosmogony; Similar to that of Empedocles (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 20, vol. VI.
12. ↑ a b c d Segundo a Tradução Brasileira da Bíblia
13.  Veja Hipólito em referências anteriores, iv. 51, v. 9, vi. 14
14.  MEAD, G.R.S.Simon Magus (em inglês). [S.l.: s.n.], 1892.
15.  OrígenesContra Celsum (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 11, vol. VI.
16.  Eusébio de CesaréiaHistória Eclesiástica: Simon Magus (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 13, vol. II.
17.  OrígenesDe Principiis (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 17, vol. IV.
18.  Clemente de RomaReconhecimentos: Simon Magus: His History / Simon Magus: His Profession (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 8 e 9, vol. II.
19. ↑ a b Robinson, James M.. The Nag Hammadi Library, revised edition: The Testimony of Truth (Trad. por Søren Giversen e Birger A. Pearson) (em inglês). São Francisco: Harper Collins, 1990. ISBN 0-06-066929-2
20.  Meyer, Marvin. The Nag Hammadi Scriptures: The Testimony of Truth (em inglês). [S.l.]: Harper Collins, 2007. 624 p. isbn 978-0060523787
21.  Epif 58.
22.  Em Fócio, "Bibliotheca cod.", 230
23.  Clemente de RomaReconhecimentos: Simon Magus, at the Head of the Sect of Dositheus (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 11, vol. II.; OrígenesContra Celsum (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 57, vol. I.; Epif. XX.


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