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18 de março de 2010

Culto Xintoísmo

Finalidade do culto xintoísta


As práticas do Xintoísmo têm a finalidade de se dirigirem aos kami, para que escutem a oração dos fiéis. As orações podem ter diversos sentidos: pedidos, muitas vezes relacionados com a vida do dia-a-dia ou com alguma ocasião importante; acções de graças, por um benefício concedido, uma meta atingida, um obstáculo ultrapassado; promessas de acção futura em favor dos homens e da sociedade; tentativas de aplacar a fúria dos kami, irritados por alguma coisa; ou, muito simplesmente, para os louvar, rendendo-lhes homenagem sincera, sem esperar propriamente nada de especial em troca.

Através de vários elementos, os fiéis podem estabelecer relação com os kami, relação muitas vezes de carácter filial, em que uma divindade é tutelar de dada região ou localidade. Os “paroquianos” estabelecem especial ligação com esse kami, que os atende e protege, nos mais variados acontecimentos da sua vida.


Organização sacerdotal


Os santuários têm ao seu serviço um número variável de sacerdotes, que neles oficiam de vários modos. São designados pelo termo kannushi, que significa “pessoa que pertence ao kami”, ou então pelo termo chinês shinkoki, “pessoa cuja profissão é servir a divindade”.

A sua principal função é a de servir e adorar os kami e servir como um elo entre eles e os crentes através da execução dos ritos nos santuários, visando assegurar a proteção do povo japonês e do imperador.

Não costumam falar em público, tendo sido mesmo proibidos disso em 1885, no contexto do Xintoísmo de Estado. Hoje em dia, porém, os sacerdotes pregadores começam a ser apreciados. Não são considerados como chefes ou guias espirituais, mas somente como oficiantes de atos de culto, a pedido dos fiéis e em seu benefício.

O sacerdócio xintoísta é aberto às mulheres. As sacerdotisas têm mesmo tendência a aumentar, encontrando-se algumas à frente de grandes templos. O sacerdócio feminino desenvolveu-se no Japão após a Segunda Guerra Mundial. Para além de sacerdotisas, as mulheres podem ainda ser mikos. Uma miko é uma virgem que leva uma vida monástica, ajudando os sacerdotes a executar os ritos nos templos e executando as danças sagradas. Exercem estas funções durante cinco a dez anos.

Os sacerdotes repartem-se por várias categorias. A mais elevada é a de Princesa consagrada ao kami, uma princesa virgem da família imperial. Atualmente, só existe uma, no santuário de Ise. Em seguida, temos o Grande Sacerdote, à frente de cada santuário, e depois o restante clero, que se reparte por funções diferenciadas.

Hoje em dia, verifica-se uma nova preocupação em revitalizar o Xintoísmo e os santuários, buscando novas tendências, pelo que se tem agora grande cuidado com a preparação intelectual e teológica dos candidatos a sacerdotes. Os regulamentos atuais prevêem vários diplomas possíveis, dos quais pelo menos um é exigido aos sacerdotes, que apenas o obtêm após vários anos de estudo em universidades ou institutos especiais. Hoje em dia a formação de um sacerdote xintoísta é garantida pela frequência de um curso na Universidade de KokugakuimUniversidade de Kogakkan. ou da

Os sacerdotes, uma vez consagrados, mantêm as suas funções habitualmente toda a vida, mesmo não sendo obrigados a exercê-las. Moram fora do santuário, com exceção do Grande Sacerdote. Os sacerdotes xintoístas não são obrigados a levar uma vida de castidade, podendo casar e fundar uma família, o que geralmente fazem.

As vestes sacerdotais apresentam grande beleza artística, de raízes nos séculos passados, mas só são utilizadas nos santuários e em ocasiões especiais na rua. A indumentária para o culto fica completa com um toucado especial e sapatos próprios. Sobre a testa de um "Yamabushi", coloca-se uma pequena caixa preta chamada "tokin", que é amarrada à sua cabeça com um cordão preto. Durante as cerimónias, os sacerdotes costumam trazer também uma espécie de ceptro de madeira, que tem um significado purificador, mas sobre o qual não recai qualquer tipo de veneração.

Fora das funções rituais, os sacerdotes não usam qualquer tipo de sinal exterior, que os distinga dos leigos.


Os santuários


Os santuários xintoístas espalham-se por todo o Japão, constituindo lugares privilegiados de culto. Mas, embora surjam por todo o lado, têm geralmente alguma razão especial para existir: um fenómeno natural, um acontecimento histórico ou mítico, a simples devoção pessoal ou o patronato político. Também os há motivados por revelações em sonhos, ou porque simplesmente era necessário um lugar de culto naquele local.

Quando o local de construção de um novo santuário é escolhido, põe-se em prática uma série de ritos, destinados a purificar o lugar e a invocar a presença do kami, para que se digne vir habitar naquele sítio. Se mais tarde for decidido deixar aquele santuário ou mudá-lo para outro lugar, existem os ritos inversos, pelos quais se convida delicadamente o kami a retirar-se.

O santuário encontra-se na base do Xintoísmo. É nesse local que a divindade habita e que escuta os seus fiéis, e é também centro de ligação da comunidade e de partilha de identidade. Neste contexto, podem distinguir-se três grandes tipos de santuários, conforme a abrangência que possuem:

  • os de dimensão local, centros de partilha de uma comunidade reduzida, onde se venera o kami da localidade. Este tipo de santuário congrega em torno de si as pessoas da aldeia, que sentem uma filiação comum em relação à divindade. O santuário aparece como local de estreitamento de relações entre kami e paroquianos.
  • santuários de tipo particular, mais abrangentes, procurados por motivos concretos e determinados, como o êxito nos negócios ou nos estudos, ou outro tipo de protecção especial. Este género de santuários encontra-se por todo o Japão.
  • por último, os grandes santuários nacionais, destino de peregrinação de milhões de pessoas, todos os anos, dos quais o mais importante é o de Ise, já referido, em honra da deusa Amaterasu, e que está directamente ligado à casa imperial.

Além destes, há ainda templos dedicados a kami de guerra, a valores marciais ou em honra de pessoas notáveis, a quem se pedem favores específicos.

O santuário é entendido como um local onde as pessoas se vêm “refrescar” espiritualmente. Neles, está-se em profunda comunhão com a natureza, que abre o homem a uma espiritualidade plena e à identificação pessoal com os kami.

Os templos xintoístas podem assumir as mais diversas formas e tamanhos, mas apresentam certos aspectos em comum. Todos eles são constituídos por um edifício, ou um conjunto deles, inseridos num espaço envolvente, rodeados pela natureza. Têm particular importância as árvores, principalmente a árvore sagrada, sakaki, utilizada em muitos dos rituais.

O espaço em volta do edifício principal é por vezes muito extenso, e apresenta-se dividido em várias partes. Ao longo do caminho, que nunca é em linha recta, encontra-se uma série de diferentes elementos separadores, que marcam também etapas duma caminhada espiritual. São eles:

  • os torii, muito característicos dos templos japoneses, que são uma espécie de portais sem porta, constituídos por dois postes verticais e duas traves horizontais. Aparece um de imediato no início do caminho e depois geralmente mais dois, ou mesmo uma grande fila deles. A série de torii repete-se para cada via de acesso ao santuário;
  • pontes, por vezes várias, até se chegar ao templo algumas monumentais e muito elaboradas. A água é um elemento purificador, pelo que os cursos de água debaixo das pontes constituem uma eficaz barreira contra toda a impureza;
  • barreiras e paliçadas, com portas, que simbolizam a entrada no local sagrado, reservado ao homem puro.

Encontram-se também jardins, lagos, lanternas. Ainda antes de se chegar ao edifício principal, depara-se um tanque de água limpa, geralmente abrigado por um alpendre, no qual os fiéis se lavam, purificando-se de todas as impurezas e pecados, servindo-se, para isso, dumas colheres compridas de bambu, para tirar a água.

É costume também, em ocasiões solenes, libertar aves, peixes e outros animais.

Chegamos, finalmente, ao edifício do templo. Pode haver vários, num mesmo santuário, dirigidos a diferentes kami. Têm geralmente dimensões modestas, não obstante a grande diversidade de tamanhos. São constituídos por três secções:

  • uma sala de orações (Haiden) para os fiéis, onde eles dirigem as suas preces ao kami. À entrada está uma grande caixa de madeira, para depositar moedas, e um sino, ligado a uma corda, que serve para advertir o kami da presença do fiel;
  • uma sala mais pequena (Honden), nunca visitada, considerada a morada física do kami, e onde podem estar depositados objectos simbólicos, como espelhos, jóias ou espadas, invólucros onde reside o espírito da divindade. O espelho, particularmente, é considerado morada privilegiada do espírito divino, e tem origem muito antiga, sendo já mencionado na mitologia japonesa.

Alguns templos prevêem nos seus estatutos serem totalmente reconstruídos periodicamente. É o caso do templo de Ise, reconstruído de vinte em vinte anos. Essa ocasião é rodeada de ritos próprios, para convidar o kami a mudar de residência. Embora reconstruídos, os templos mantêm o estilo do anterior, pelo que os novos não diferem dos antigos e originais.

Alguns santuários possuem também uma espécie de museu, não raras vezes repleto de peças de grande valor, consideradas espólio da divindade.

Os ritos exercidos nos santuários, apesar de muito diversos, apresentam o seguinte esquema: o sacerdote, depois de purificado, invoca o kami. Faz ofertas propiciatórias, de bebidas e alimentos, a que se segue a oferta de jogos, danças e representações, para entreter a divindade. No fim, o kami é convidado a retirar-se, seguindo-se uma refeição fraterna.


Ritos de purificação


A purificação é uma prática fundamental em toda a prática xintoísta. É por ela que o homem se liberta, regressando ao seu estado inicial de pureza, a que tem direito. Para a purificação, que antecede qualquer acto religioso, particular ou comunitário, utilizam-se diversos ritos, que assumem formas diferentes.

Os kami não suportam a impureza, pelo que se exerce sempre um conjunto de práticas purificativas antes do culto propriamente dito, que tornam puros os participantes, os objectos e as oferendas. Os ritos de purificação assumem três formas distintas:

  • o misogi, que consiste na purificação por meio da água. A água é tida como poderoso elemento purificador, crença já muito antiga, pois é referida na mitologia: o deus Izanagi, depois de fujir dos infernos, banhou-se na água dum rio, para se purificar das imundícies contraídas naquele lugar. Ao banhar-se ou lavar-se na água, o fiel xintoísta obtém a purificação das impurezas, tanto das voluntárias como das involuntárias. Pela água, purifica-se o corpo e a alma. O misogi é depois estendido a níveis sucessivamente superiores: o coração, o meio envolvente, a alma;
  • o harai, que é um tipo de purificação algo próximo do exorcismo. É realizado por um sacerdote, que agita sobre o que deve ser purificado ramos da árvore sagrada, sakaki, ou uma vara com tiras de papel penduradas, ónusa e joga-se um punhado de sal. Por este meio, obtém-se a purificação de todas as manchas, corporais e espirituais, bem como o afastamento de todas as influências malignas.

Duas vezes por ano, no fim de Junho e de Dezembro, realiza-se uma purificação solene, ou grande exorcismo, o chamado o-harai. No recinto do santuário, reúnem-se muitas pessoas, que recebem umas tiras de cânhamo ou de papel branco (kirinusa). Depois de recitar a oração de purificação, o sacerdote agita a vara com os papéis, enquanto as pessoas agitam também as suas tiras. Estas tornam-se objectos de substituição, contendo todas as impurezas, e são lançadas a rios ou ao mar. Nalguns santuários, um exercício semelhante é feito com papéis recortados em forma humana (hitogata), que a pessoa passa pelo corpo, depois de neles ter escrito o nome;

  • o imi, que é um período de jejum a ser realizado antes das cerimónias. Tem duração diferente, conforme a importância do rito. Consiste em abster-se de determinados alimentos e bebidas, bem como de palavras e acções menos próprias. É um período de recolhimento pessoal, evitando todo o tipo de impureza, sem se ouvir música e sem se preocupar com assuntos que causem fadiga ou sofrimento. Este tipo de purificação é principalmente realizado pelos sacerdotes, que se retiram para outro lugar e fazem abluções. Após este tempo, qualquer pessoa está apta a participar nas cerimónias mais importantes.

Culto individual


Na sua vida diária, todo o fiel xintoísta tem a obrigação de prestar homenagem aos kami, o que pode ser feito nos mais variados lugares e ocasiões, desde a casa até ao templo passando pelo campo ou pela rua.

Revestem uma importância particular as visitas aos santuários, que podem ser realizadas com diferentes objectivos: prestar contas, louvar, agradecer ou rogar. Todos os fiéis têm como dever ir visitar periodicamente o kami e relatar-lhe o que lhe tem acontecido na vida diária, não no intuito de pedir perdão, mas para simples informação. É comum também agradecer graças recebidas ou louvar simplesmente o kami. O pedido de graças faz-se geralmente em favor de outra pessoa ou da sociedade, pois considera-se de mau tom pedir para si próprio. As orações também não devem ser muito longas, complexas, para não aborrecer o kami. Muitas vezes, são os sacerdotes os encarregados de transmitir as preces às divindades, devendo saber interpretar, por sinais diversos, se a oração foi ou não bem recebida. A adivinhação é um rito que também acompanha frequentemente o rito individual: faz-se através de varetas numeradas, dentro duma caixa, que correspondem a predições e conselhos.

Põem-se em prática também uma série de rituais específicos, entre os quais o mais característico é o bater das palmas. Depois de reverências solenes, diante do templo do kami, o devoto bate várias vezes as palmas, finalizando de novo com reverências. Este gesto parece destinar-se a atrair a atenção da divindade, mas o seu sentido não se esgota simplesmente aí.

As ofertas feitas são geralmente de ramos de sakaki, a que se prendem tiras de papel.

Em sua casa, os fiéis têm geralmente um pequeno altar doméstico (kamidana), onde colocam vários amuletos: um do santuário local, outro do grande santuário nacional de Ise, e mais algum, conforme as devoções e preferências. Todas as manhãs, são feitas oferendas: saquêaguardente de arroz), arroz, sal. Acende-se uma lamparina e fazem-se orações aos kami.

Um outro costume é o das peregrinações. Os japoneses apreciam peregrinar, ganhando méritos pela austeridade e pelas privações. Mas é claro que hoje em dia as viagens são muito mais confortáveis. É hábito ter um livrinho, onde se registam os emblemas dos vários santuários percorridos, assim como adquirir amuletos, que servem de recordações.



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