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3 de julho de 2009

Panorama Atual do Neo-Paganismo


É difícil termos uma estimativa do número de praticantes da Wicca. Sendo uma religião baseada em pequenos grupos ou mesmo em praticantes solitários, com poucas, ou nenhumas, relações formais entre si, não existe nenhum organismo central que possua esse tipo de dados. Além desta descentralização, ainda temos que contar com o fato de muitas pessoas não se sentirem à vontade para reconhecer publicamente a sua prática. Com efeito, a Wicca quando designada por Bruxaria ainda é confundida com as práticas das bruxas das aldeias, geralmente tidas como malévolas. Fala-se imediatamente de adoração do diabo, invocação dos mortos, estranhas rezas para efeitos suspeitos ou práticas pouco ortodoxas. Estas atitudes de rejeição tendem a mudar embora lentamente em países com uma razoável implantação da Wicca e poucas tradições de bruxaria, como é o caso dos E.U.A. Noutros países, como em Portugal, em que as condições são precisamente as opostas, estas atitudes negativas mantêm-se. Neste contexto pensamos que é mais simples uma pessoa apresentar-se como pertencente a uma das muitas religiões e «seitas» cristãs existentes, ou como agnóstico, do que como Bruxa(o).
As estatísticas existentes acerca da comunidade pagã são feitas internamente e baseiam-se principalmente em questionários difundidos em encontros e festivais, e através de organizações de intercâmbio ou de livrarias e lojas do ramo. Apenas conseguimos obter dados destas fontes respeitantes aos EUA e Reino Unido. Noutros casos recolhemos dados através de um inquérito elaborado por nós e enviado a várias organizações e indivíduos da comunidade pagã e cujos resultados utilizamos como estimativas ou indicadores gerais da implantação desses grupos. Em muitos países, apenas sabemos da existência do movimento devido ao aparecimento de livros e jornais pagãos, mas não nos foi possível a recolha de mais elementos. Passamos assim a um breve resumo dos dados de que dispomos sobre a implantação do Paganismo:



EUA - Em 1985 estimava-se que existissem entre 50 e 100.000 pessoas que se assumiam como fazendo parte do movimento pagão. Este número correspondia a um crescimento explosivo em relação aos números calculados sete anos antes. Calcula-se que o livro "The Spiral Dance" tenha estado na origem da formação de centenas de novos grupos (Adler, M., ed.1986).


Reino Unido - O número de pessoas ligadas ao ocultismo em geral era de cerca de 250 mil em 1989, das quais 67% manifestavam um sério interesse ou um forte empenhamento no Paganismo e 68% um grau de interesse semelhante na Bruxaria.


Irlanda - Não obtivemos nenhuma informação sobre o número de praticantes, embora nos pareça que esse número não deva ser desprezível. Na Irlanda é também a sede da "Fellowship of Isis", organização pagã de intercâmbio que conta com 12.000 membros em 76 países. Vive neste país um conhecido casal de Pagãos, os escritores Janet e Stewart Farrar, cujas obras servem de «manual» para um sem número de grupos em todo o mundo e que fazem frequentes declarações públicas. Estes escritores estão neste momento prestes a publicar um trabalho que inclui uma estimativa do número de Pagãos a nível mundial.


Holanda - De acordo com informações recolhidas no jornal "Wiccan Rede" existem cerca de 800 Pagãos na Holanda. O movimento pagão começou de forma visível em 1979 com a publicação deste jornal, que refere um crescimento do número membros desde essa data e à medida que aumenta a quantidade de literatura disponível em holandês.



França - Não nos foi fornecida qualquer informação pela "Wicca Française", a única organização pagã francesa de que tivemos conhecimento. e que afirmam Ter dependências na Grã-Bretanha, U.S.A., Irlanda, Holanda, Bélgica, Suíça, Alemanha e Espanha.A Wicca Française tem algumas particularidades que pensamos ser excepção dentro da Wicca, como uma liturgia comum para todos os associados, em latim, bem como um centralismo e secretismo que parecem não se encontrar nos restantes grupos da Wicca.


Outros países - Conseguimos algumas informações de Pagãos não inseridos em organizações, da Alemanha, Itália e Finlândia que são as seguintes: existência de algumas centenas de Wiccans e alguns milhares de Pagãos na Alemanha, cerca de 5000 na Itália e algumas dezenas na Finlândia. Note-se que estes números são calculados a partir de dados recolhidos particularmente. Ainda não foi possível contatar qualquer grupo em Portugal, embora saibamos já da existência de filiados portugueses em organizações internacionais de intercâmbio.



No inquérito que elaboramos pedimos informações ligadas às profissões e estratos sociais dos quais provêm estas pessoas. As informações de que dispomos apontam para uma predominância de quadros técnicos, universitários, profissionais ligados às diversas áreas de saúde, artistas, professores e indivíduos pertencentes a diversas profissões liberais entre as pessoas atraídas pelo Paganismo. Esta tendência é especialmente marcada em países com fraca implantação Pagã, tornando-se menos evidente quando o movimento se alarga. Numa carta proveniente dum casal holandês afirma-se que "...no princípio, o fato de se ter de saber inglês determinava o tipo de pessoas que se envolviam na Arte." Com efeito, esta pode ser uma das explicações possíveis para a nossa constatação anterior visto que a maioria da literatura disponível sobre a Wicca é escrita em inglês, e é nos países de língua não-inglesa que a tendência apontada é mais forte.



Parece que os Pagãos têm hábitos de leitura e interesse por várias manifestações artísticas independentemente do seu grau de escolaridade, já que sendo o Paganismo uma religião sem hierarquias nem mestres, é indispensável que cada indivíduo, cada grupo, faça as suas investigações, as suas recolhas de mitos e rituais que o ajudam a orientar o seu caminho. Também parecem ter interesse por manifestações artísticas, tentando exprimir através delas a sua religiosidade, construindo objetos rituais, compondo músicas, fazendo fotografia, etc. de modo a (re)criar o seu mundo religioso e a respectiva simbologia.



Do ponto de vista político-social, verificamos que os Pagãos tendem a adotar posições pouco conservadoras. Por exemplo, nos EUA nos anos 70 houve uma aproximação entre a Wicca e movimentos feministas e ambientalistas inicialmente mais virados para a ação política do que para a religião. Parece ter havido uma adesão de indivíduos pertencentes a este quadrante político-social ao Paganismo, provavelmente por considerarem ser esta uma outra via de oposição aos valores tradicionais e porque a procura de novos valores sociais, de novas atitudes políticas não lhes bastavam tendo necessidade de enquadrar esses novos valores num campo mais vasto de uma nova cosmo visão. Pensamos que o caráter individualista desta nova proposta religiosa, por não obrigar a normas e sentimentos religiosos rígidos, dando liberdade de expressão a cada indivíduo, contribuiu para a sua divulgação.



"A antiga religião da Deusa oferece um poder de transformação que poderia quebrar as barreiras espirituais e políticas entre o indivíduo e a sociedade" (Starhawk, "Dreaming the Dark").


* Observação: "Valores matrifocais", "A consciência ecológica", "O individualismo religioso" e "Panorama atual do neo-paganismo" foram retirados da tese de pós-graduação "Sociologia das Religiões e Pensamento Religioso", de uma bruxa de Portugal.




E-mail: apocalipsedosanjos@hotmail.com

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