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O Caso Vilas-Boas é
um dos mais famosos casos ufológicos brasileiros: foi a
primeira alegação de abdução em
todo o mundo e também o primeiro relato de contato imediato de quinto grau. Não
foi, porém, o primeiro caso do gênero a ser publicado: embora o episódio tenha
ocorrido em 1957,
o relato do mesmo só foi publicado na edição de janeiro de 1965 do periódico
estadunidense Flying Saucer Review. Quatro anos antes, a divulgação da
suposta abdução do casal Hill havia já causado furor em todo mundo. Hoje parece
certo que os Hill imaginaram toda a historia da sua alegada abdução e o Caso Hill é
considerado obsoleto, ao passo que o Caso Vilas-Boas permanece inconclusivo
quanto à sua veracidade ou falsidade.
Antônio Vilas-Boas
Antônio Vilas-Boas era filho
de Jerônimo Pedro Vilas-Boas (1887–1963)
e Enésia Cândida de Oliveira (1897–1963),
fazendeiros em São Francisco de Sales, Minas
Gerais. O casal teve ao todo dez descendentes, quatro homens e seis
mulheres.
Para lavrar a terra, a
família Vilas-Boas usava um trator com o qual trabalhavam em dois turnos, um
diurno e outro noturno. De dia trabalhavam os empregados da fazenda, e à noite,
por sua vez, o próprio Antônio, sozinho ou acompanhado dos seus irmãos e
cunhados.
Fenômenos ovniológicos antes
da abdução
Em 5 de
outubro de 1957 os Vilas-Boas receberam visita, razão porque todos
foram se deitar só por volta das 23h. Fazia bastante calor naquela noite e por
isso Antônio abriu a janela do seu quarto, que dava para um terreiro. Estava em
companhia do irmão João. De repente viu uma luz de procedência indefinida, bem
mais clara que a do luar, iluminando todo o ambiente. Chamou pelo irmão, que
não se interessou pelo fenômeno. Antônio logo fechou a janela e ambos foram
dormir. Pouco depois, sem resistir à curiosidade, Antônio tornou a levantar-se
e a abrir a janela. A luz continuava inalterada, mas de repente a mesma se
deslocou para junto da janela. Assustado, Antonio fechou a janela com tanta
força que acordou o irmão e, dentro do quarto escuro, ambos passaram a
acompanhar a luz que entrava pelas venezianas. A luz se deslocou para o alto do
telhado da casa, onde penetrou pelas frestas entre as telhas. Finalmente,
depois de alguns minutos, a luz desapareceu e não retornou mais.
Em 14 de
outubro houve um segundo incidente que ocorreu por volta de 21h30 ou
22 horas. Naquela ocasião, Antônio trabalhava com o trator em companhia de
outro irmão (José, provavelmente). Subitamente eles avistaram uma luz muito
clara, penetrante, a ponto de fazer doer as suas vistas. A luz era grande e
redonda, como uma roda de carroça, e estava na ponta norte do campo. Era de um
vermelho claro e iluminava uma grande área. Ao observarem melhor, distinguiram
alguma coisa dentro da luz, mas não conseguiram precisar o que era, pois as
suas vistas ficavam totalmente ofuscadas. Curioso, Antônio começou a correr
atrás da luz, que por sua vez começou a fugir dele. Finalmente desistiu da
empreitada e voltou para junto do irmão. Por uns poucos minutos, a luz ficou
imóvel, à distância; ela parecia emitir raios intermitentes, em todas as
direções. Em seguida desapareceu tão repentinamente que deu a impressão de ter
simplesmente se apagado.
A abdução
Na madrugada de 16 de
outubro de 1957, Antônio arava a terra sozinho com o trator quando foi
surpreendido por uma luz vermelha. A luz se aproximou, aumentando progressivamente
de tamanho. Tratava-se de um objeto oval e brilhante, que ficou estático a uns
50 metros da cabeça do agricultor, pairando. Antônio ficou paralisado de medo.
Após uns 2 minutos, o objeto desceu e pousou a uns 15 metros de distância do
agricultor. Foi quando ele pôde distinguir nitidamente os contornos da máquina:
era parecida com um ovo alongado, apresentando três picos metálicos, de ponta
fina e base larga, disposto um ao lado do outro. Em cima da nave algo girava a
alta velocidade e emitia uma luz vermelha fluorescente.
De repente, a parte debaixo
do objeto se abriu e deixou sair três suportes metálicos. Antonio concluiu
tratar-se do trem de pouso da nave. Percebendo que algo iminente iria acontecer
com ele, resolveu fugir no trator, mas após avançar alguns metros com o
veículo, o motor parou e os faróis se apagaram. Tentou ainda dar a partida, mas
o motor não pegou mais. Antônio pulou do trator e começou a correr, porém um
ser que mal chegava a altura dos seus ombros agarrou-o pelo braço. Desesperado,
Antônio aplicou-lhe um golpe que o fez perder o equilíbrio, largar o seu braço
e cair para trás. Novamente tentou correr, quando três outros seres
instantaneamente o agarraram pelos braços e pernas e o ergueram do solo. Embora
dominado, Antônio ofereceu resistência, mas os alienígenas conseguiram por fim
fazê-lo subir por uma escada flexível e bambeante para o interior da nave.
No OVNI, Antônio foi
completamente despido, a despeito dos seus esforços contrários. Um líquido
oleoso, mas que não deixava a pele engordurada, foi passado em seu corpo com
uma espécie de esponja. Em outra sala, dois seres se aproximaram com um tipo de
cálice, do qual saíam dois tubos flexíveis. Eles colocaram a extremidade de um
dos tubos no “cálice”; a outra ponta possuía uma peça de embocadura parecida
com uma ventosa, que eles enfiaram no queixo de
Vilas-Boas. O agricultor não sentiu dor, apenas a sensação de que a pele estava
sendo sugada. Seu sangue escorreu pelo tubo e se depositou no cálice, que
encheu até a metade. O tubo foi então retirado. O outro tubo, que ainda não
havia sido usado, foi colocado do outro lado do queixo, de onde se coletou mais
sangue, até completar o vasilhame. A pele de Antônio ficou ardendo e coçando no
lugar da sangria.
Deixado sozinho numa sala
que exalava uma fumaça de cheiro desagradável e sufocante, que lhe provocou
vômitos, Antonio esperou por um longo tempo até que, para seu espanto, surgiu
uma mulher inteiramente nua. Seus cabelos eram macios e louros, quase cor de
platina - como que esbranquiçados - e lhe caíam na nuca, com as pontas viradas
para dentro. Usava o cabelo repartido ao meio e tinha grandes olhos azuis,
amendoados. Segundo Antônio, a alienígena era
baixa, mas belíssima. O que mais lhe chamou a atenção foi o fato dela ter os
pêlos das axilas e do púbis vermelhos.
Essa alienígena se aproximou
de Antônio em silêncio, não deixando dúvidas acerca de suas intenções. Ela
abraçou Antônio e começou a esfregar seu rosto e corpo contra o dele. A porta
se fechou e Antônio ficou a sós com a alienígena, com quem acabou tendo várias
relações sexuais.
Por fim, aparentando estar
cansada, a alienígena passou a rejeitar Antônio. Antes de sair da sala, ela
virou-se para ele e apontou, primeiro, para sua barriga, depois, com uma
espécie de sorriso, para o próprio Antônio e, por último, para o alto - como se
quisesse dizer que ele iria ser pai de um ser que nasceria entre as estrelas.
Logo em seguida um dos
alienígenas voltou com a roupa de Antônio, que se vestiu imediatamente. Segundo
Antônio, os alienígenas usavam macacões colantes, de um tecido bem grosso,
cinzento, muito macio e, em alguns pontos, colado com tiras pretas. Cobrindo a
cabeça e o pescoço, usavam um capacete da mesma cor, mas de material mais
consistente e reforçado atrás, com estreitas tiras de metal. Este capacete
cobria a cabeça toda, deixando à mostra somente os olhos, protegidos por um par
de óculos redondos.
Fim da abdução
Antônio foi então levado
para fora da nave. Antes, tentou ainda pegar um objeto para provar a história,
mas os aliens perceberam e tomaram o objeto de volta. Por fim, a nave decolou
verticalmente e sumiu em poucos minutos. Antônio calculou ter ficado no interior
do óvni de 1h15min às 5h30min da madrugada – portanto, mais de quatro horas.
Análise do caso
Poucas são as provas da
abdução de Antônio Vilas-Boas. Na época não foram feitas fotografias das marcas
que o trem de pouso da nave espacial teria deixado. Em 1978 a fazenda da
família Vilas-Boas sofreu uma inundação, destruindo toda e qualquer evidência
disso. Pesa ainda contra o depoimento de Antônio o fato da sua história ter
sido divulgada pelo jornalista João
Martins, da revista O Cruzeiro, que foi protagonista de outro caso
ufológico, o Caso da Barra da Tijuca,
de 1952,
comprovadamente uma fraude.
As maiores evidências do
Caso Vilas-Boas são as marcas que Antônio apresentou no corpo, que teriam sido
causadas pelos experimentos que os extraterrestres teriam feito com ele, e os
sintomas que passou a sofrer, semelhantes ao de alguém que tivesse sido exposto
a uma radiação moderada. Mas quando Antônio morreu, em 17 de
janeiro de 1991, aos 56 anos, o atestado de óbito emitido pelo Cartório de
Registro Civil de Uberaba (Minas
Gerais), apontou como causa mortis “hemorragia subaracnóidea,
aneurisma da artéria basilar e hipertensão arterial.”
E-mail: apocalipsedosanjos@hotmail.com
Twitter: @Noitedoanjo
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