A maçonaria (forma
reduzida e usual de franco maçonaria) é uma sociedade secreta,
embora seja um termo em desuso pois o usado atualmente é sociedade discreta,
de caráter universal, cujos membros cultivam o aclassismo, humanidade,
os princípios da liberdade, democracia e igualdade, fraternidade
e aperfeiçoamento intelectual, sendo assim uma associação iniciativa e filosófica.
Os maçons estruturam-se e reúnem-se em células autônomas, designadas por oficinas, ateliers ou
(como são mais conhecidas e corretamente designadas) Lojas, "todas
iguais em direitos e honras, e independentes entre si."
A origem se perde na Idade
Média, se considerarmos as suas origens Operativas, ou seja associação de
cortadores de pedras verdadeiros, que tinha como ofício a arte de
construção de castelos, muralhas etc. Existem, no mundo, aproximadamente 5,5
milhões e de integrantes espalhados pelos 5 continentes. Destes 3,2 - (58%)-
nos Estados Unidos - USA, 1,2 -(22%) - no Reino Unido, e 1,0(20%) no
resto do mundo. No Brasil são aproximadamente 150 mil maçons
regulares (2,7 %) e 4.700 Lojas.
Maçonaria no Mundo
Maçonaria primitiva
A Maçonaria Primitiva,
ou "Pré-Maçonaria", é o período que abrange todo o conhecimento
herdado do passado mais remoto da humanidade até o advento da Maçonaria
Operativa. Há quem busque nas primeiras civilizações a origem
iniciática. Outras buscam no ocultismo, na magia e nas crendices
primitivas a origem do sistema filosófico e doutrinário.
Tantas são as controvérsias, que surgiram variadas correntes dentro da
maçonaria. A origem mais aceita, segundo a maioria dos historiadores, é que a Maçonaria
Moderna descende dos antigos construtores de igrejas e catedrais,
corporações formadas sob a influência da Igreja na Idade Média.
É evidente que a falta de
documentos e registros dignos de crédito, envolve a maçonaria numa
penumbra histórica, o que faz com que os fantasistas, talvez pensando em
engrandecê-la,inventem as histórias sobre os primórdios de sua existência. Há
aqueles que ensinam que ela teve início na Mesopotâmia, outros confundem
os movimentos religiosos do Egito e dos Caldeus como sendo
trabalhos maçônicos. Há escritores que afirmam ser o Templo de Salomão o
berço da Maçonaria.
O que existe de verdade é
que a Maçonaria adota princípios e conteúdos filosóficos milenares, que foram
adotados por instituições como as "Guildas" (na Inglaterra), Compagnonnage (na França), Steinmetzen
(na Alemanha). O que a Maçonaria fez foi adotar todos aqueles sadios
princípios que eram abraçados por instituições que existiram muito antes da
formação de núcleos de trabalho que passaram à história como o nome de Maçonaria
Operativa ou de Ofício.
Maçonaria operativa
Após o declínio do Império
Romano, os nobres romanos afastaram-se das antigas cidades e levaram consigo
camponeses para proteção mútua para se proteger dos bárbaros. Dando início
ao sistema de produção baseado na contratação servil Nobre-Povo (Feudalismo).
Ao se fixar em novas terras,
Os nobres necessitavam de castelos para sua habitação e fortificações para
proteger o feudo. Como a arte de construção não era nobre, deveria
advir do povo, e como as atividades agropecuária e de construção não
guardavam nenhuma relação, uma nova classe surgiu: Os construtores, herdeiros
das técnicas romanas e gregas de construção civil.
Outras companhias se
formaram: artesão, ferreiro, marceneiros, tecelões enfim,
toda a necessidade do feudo era lá produzida. A maioria das guildas limitava-se
no entanto às fronteiras do feudo.
Já as guildas dos pedreiros
necessitavam mover-se para a construção das estradas e das novas fortificações
dos Templários. Os demais membros do povo não tinham o direito de ir e
vir, direito este que hoje temos e nos é tão cabal. Os segredos da construção
eram guardados com incomensurável zelo,
visto que, se caísse em domínio público às regalias concedidas à categoria,
cessariam. Também não havia interessem em popularizar a profissão de pedreiro,
uma vez que o sistema feudal exigia a atividade agropecuária dos vassalos.
A Igreja Católica
Apostólica Romana encontra neste sistema o ambiente ideal para seu
progresso. Torna-se uma importante, talvez a maior, proprietária feudal, por
meio da proliferação dos mosteiros, que reproduzem a sua estrutura. No interior
dos feudos, a igreja detém o poder político, econômico, cultural e científico da
época.
Maçonaria especulativa
A Maçonaria
Especulativa corresponde a segunda fase, que utiliza os moldes de
organização dos maçons operativos juntamente com ingredientes fundamentais como
o pensamento iluminista, ruptura com a Igreja Romana e a
reconstrução física da cidade de Londres, berço da maçonaria regular. Com
o passar do tempo as construções tornavam-se mais raras. O feudalismo declinou
dando lugar ao mercantilismo. Com conseqüência o enfraquecimento da igreja
romana. Havendo uma ruptura da unidade cristã advindas da reforma
protestante.
Superada a tragédia da peste
negra que dizimou a população mundial, particularmente da Europa,
teve início o Iluminismo no século XVIII, que enfatizou a razão e
a ciência para explicar o Universo, em contraposição à fé.
A Inglaterra surge como
o berço da maçonaria especulativa regular durante a reconstrução da cidade após
um incêndio de grandes proporções em sua capital Londres em setembro
de 1666 que contou com muitos pedreiros para reconstruir a cidade nos
moldes medievais.
Para se manter foram aceitas
outras classes de artífices e essas pessoas formaram paulatinamente
agremiações que mantinham os costumes dos pedreiros nas suas reuniões,
o que diz respeito ao reconhecimento dos seus membros por intermédio dos sinais
característicos da agremiação.
Essas associações
sobreviveram ao tempo. Os segredos das construções não eram mais guardados a
sete chaves, eram estudados publicamente. Todavia o método de associação era
interessante, o método de reconhecimento da maçonaria operativa era muito útil
para o modelo que surgiu posteriormente. Em vez de erguer edifícios físicos, catedrais ou estradas,
o objetivo era outro: erguer o edifício social ideal.
Maçonaria no Brasil
O GOB fez a
Independência do Brasil, o maior acontecimento da Nação. Numa data posterior, o
segundo grande acontecimento do Brasil, a Proclamação da República, foi
realizada pelo então, Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil: O Marechal Deodoro da Fonseca. Antes da Proclamação da República é justo
destacar a grandiosa missão de Duque
de Caxias para manter a unidade do Império. Se não fosse a experiência
iluminada deste grande brasileiro, Herói Nacional, o Brasil teria se esfacelado
em várias repúblicas. Duque de Caxias foi Soberano Grande Comendador do Supremo
Conselho e Grão-Mestre Honorário do Grande Oriente do Brasil.
Aliás, o papel do Grande
Oriente do Brasil, na formação política do nosso país, foi de grande
importância. Desse papel fala o grande pesquisador Adelino de Figueiredo no seu
livro, NOS BASTIDORES DO MISTÉRIO: "O Grande Oriente do Brasil foi durante
mais de um século, o manancial inesgotável onde o Império e a República
recrutavam alguns dos mais insignes estadistas.
Grandes Campanhas
Através de homens de alto
espírito público, colocados em arcas importantes da atividade humana,
principalmente em segmentos formadores de opinião, como as Classes Liberais, o
Jornalismo e as Forças Armadas - o Exército, mais especificamente - O Grande
Oriente do Brasil iria ter, a partir da metade do século XIX, atuação marcante
em diversas campanhas sociais e cívicas da nação.
Campanha pela extinção da
escravatura negra no país
Assim, distinguiu-se na
campanha pela extinção da escravatura negra no país, obtendo leis que foram
abatendo o escravagismo, paulatinamente; entre elas, a "Lei Euzébio de Queiroz", que extinguia
o tráfico de escravos, em 1850, e a "Lei Visconde do Rio Branco", de
1871, que declarava livre as crianças nascidas de escravas daí em diante. Euzébio de Queiroz foi maçom graduado e
membro do Supremo Conselho da Grau 33; o Visconde do Rio Branco, como chefe de
Gabinete Ministerial, foi Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil. O trabalho
maçônico só parou com a abolição da escravatura, a 13 de maio de 1888.
Campanha republicana
A Campanha republicana, que
pretendia evitar um terceiro reinado no Brasil e colocar o país na mesma
situação das demais nações centro e sul americanas, também contou com intenso
trabalho maçônico de divulgação dos ideais da República, nas Lojas e nos Clubes
Republicanos, espalhados por todo o país. Na hora final da campanha, quando a
república foi implantada, ali estava um maçom a liderar as tropas do Exército
com seu prestígio: Marechal Deodoro da Fonseca que
viria a ser Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil.
Durante os primeiros
quarenta anos da República - período denominado "República Velha" -
foi notória a participação do Grande Oriente do Brasil na evolução política
nacional, através de vários presidentes maçons, além de Deodoro: Marechal Floriano
Peixoto,Manoel Ferraz de Campos Salles,
Marechal Hermes da Fonseca, Nilo
Peçanha, Wenceslau Brás e Washington Luís Pereira de Sousa.
Grandes Dissidências
Primeira Grande Dissidência
- 1927
Em 1927 após surgiram
as Grandes Lojas Brasileiras de uma dissidência do GOB. Se fizermos as contas,
constataremos que de 1822 para 1927 transcorreram exatamente 105 anos. As
Grandes Lojas formam a CMSB. Comissão da Maçonaria Simbólica do Brasil – um sistema
confederado.
Esse "Cisma"
provocou graves conseqüências para a Maçonaria Brasileira,
não provocando apenas a evasão de Lojas do Grande Oriente do Brasil para outras
Potências, fomentou também a discórdia entre Maçons, principalmente aqueles que
desconhecem, ou ignoram que a Maçonaria, seja qual for a denominação, ou
titularidade que se lhe venham dar, é, por sua natureza universal e
anti-dogmática, indivisível.
Como se isso não bastasse,
pouco tempo depois, Getúlio
Vargas implanta a ditadura do chamado "Estado Novo",
com receio do crescimento do movimento Integralista Brasileiro que
tinha como líder Nacional Plínio
Salgado. A ditadura, também não suportava os ideais Maçônicos e moveu
terrível perseguição aos Maçons Liberais, fechando conseqüentemente, a maioria
das Lojas.
Mesmo com tudo isso o Grande
Oriente do Brasil, continuou como ponta-de-lança da Maçonaria, em diversas
questões nacionais, como: anistia para presos políticos, durante períodos de
exceção, com estado de sítio, em alguns governos da República;
a luta pela redemocratização do país, que fora submetido, desde 1937, a uma ditadura, que
só terminaria em 1945;
participação, através das Obediências Maçônicas européias, na divulgação da
doutrina democrática dos países aliados, na 2ª Grande Guerra (1939 - 1945);
participação no movimento que interrompeu a escalada da extrema-esquerda no
país, em 1964;
combate ao posterior desvirtuamento desse movimento, que gerou o regime
autoritário longo demais; luta pela anistia geral dos atingidos por esse
movimento; trabalho pela volta das eleições diretas, depois de um longo período
de governantes impostos ao país.
Segunda Grande Dissidência -
1973
Transcorridos 151 anos após
a criação do Grande Oriente do Brasil, surge a Confederação Maçônica do Brasil
- COMAB da Segunda Maior dissidência do GOB. Reunindo os Grandes
Orientes Independentes e congrega Grandes Orientes Estaduais
Autônomosem cada Estado da Federação.
Em março de 1973,
realizaram-se eleições para os cargos de Grão-Mestre Geral e Grão-Mestre Geral
Adjunto do Grande Oriente do Brasil. Proclamada a eleição dos candidatos
oficiais, inconformados com a decisão, dez Grandes Orientes Estaduais, federados
ao Grande Oriente do Brasil, desligaram-se deste proclamando-se Obediências
autônomas e independentes, expondo as razões por que o faziam.
Em 4 de agosto de 1973, fundou-se, em Belo
Horizonte (MG), o Colégio de Grão-Mestres da Maçonaria Brasileira,
congregando, então, as dez Obediências dissidentes São Paulo, Minas
Gerais, Ceará, Rio Grande do Norte, Rio
Grande do Sul, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso, Santa
Catarina e Rio de Janeiro, então dissidentes do Grande
Oriente do Brasil.
Hoje, são dezoito os Grandes
Orientes Estaduais que integram a Confederação Maçônica do Brasil — COMAB, sucessora do
Colégio de Grão-Mestes da Maçonaria Brasileira, desde 6 de abril de 1991
Referências
↑ Dicionário
Priberam da Língua Portuguesa - Significado de maçonaria. Priberam.
Página visitada em 5 de maio de 2010.
↑ Maçonaria. dicionário online de português. Página visitada
em 5 de maio de 2010.
↑ como
entende André Chedel, citado por Vanildo Senna em "Fundamentos Jurídicos
da Maçonaria Especulativa [2]"
↑ COSTA,
Frederico Guilherme. "Maçonaria na Universidade-2". Londrina: "A
TROLHA", 1996.
↑ HUTIN,
Serge. "Les Francs-Maçons". Paris: Éditions du Seuil, 1976.
↑ PETERS,
Ambrósio. "O Manuscrito Régio e o Livro das Constituições". Londrina:
"A TROLHA", 1997.
↑ VAROLI
FILHO, Theobaldo. "Curso de Maçonaria Simbólica". 1º Tomo (Aprendiz).
São Paulo: "A Gazeta Maçônica", 1976.
↑ a b c d A
maçonaria Antiga (Operativa), era uma associação de profissionais que se
reuniam basicamente, com dois propósitos: Intercâmbios/aprimoramento dos
conhecimentos técnicos e assistência/proteção mútua.[5]
↑ a b O
mais antigo documento que se conhece da chamada Maçonaria Antiga, ou Operativa,
ou de Ofício é o Poema Régio, que é de 1390, portanto, século XIV. Tudo o que
se disser anterior a essa data não passa de pressuposição.[6]
↑ a b c Com
o desenvolvimento das construções promovidas pela Igreja
Católica, viu-se a necessidade do deslocamento (antes proibido) dos
artífices, de um feudo para outro. A Igreja usou seu poder, obrigando os Reis a
permitirem que os pedreiros (mason) mais qualificados, se deslocassem pelo
continente, tornando-os "franc-mason".[7]
↑ Maçonaria
Ortodoxa, Editora Madras
↑ a
Itália dividiu-se em Feudos, dando origem ao Feudalismo, que se espalhou por
toda a Europa. Dividida em muitos Feudos, a Itália era, então, dominada por
diversos senhores feudais, que tinham autonomia total sobre seus súditos.[8]
↑ A
fundação da Grande Loja de Londres, determina, portanto, o fim da Maçonaria
Operativa e marca o início do terceiro período da história da maçonaria, a
Maçonaria Especulativa ou Maçonaria dos Aceitos ou, ainda, como disse Nicola
Aslan, "da Maçonaria em seu aspecto atual de associação civil,
filosófica e humanitária".[9]
E-mail: apocalipsedosanjos@hotmail.com
Twitter: @Noitedoanjo
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