O Eldorado ou El
Dorado é uma antiga lenda narrada pelos índios aos espanhóis na
época da colonização das Américas. Falava de uma cidade cujas construções seriam
todas feitas de ouro maciço e cujos tesouros existiriam em
quantidades inimagináveis.
Acreditou-se que o Eldorado
fosse em várias regiões do Novo Mundo:
uns diziam estar onde atualmente é o Deserto
de Sonora no México. Outros acreditavam ser na região das nascentes
do Rio Amazonas, ou ainda em algum ponto da América
Central ou do Planalto das Guianas, região
entre a Venezuela,
a Guiana e
o Brasil (no
atual estado de Roraima). O fato é que essas são algumas — entre as várias
— suposições da possível localização do Eldorado, alimentadas durante a
colonização do continente americano. Apesar da lenda, muito ouro e prata foram
descobertos nas Américas, em territórios como o Alto Peru, Sudeste
do Brasil (Minas Gerais) e nas regiões onde viviam as
civilizações asteca, inca e maia.
O
termo Eldorado significa O (homem) dourado em espanhol;
segundo a lenda, tamanha era a riqueza da cidadela, que o imperador tinha o
hábito de se espojar no ouro em pó, para ficar com a pele dourada.
A
lenda de Manoa del Dorado
Eldorado (do
castelhano El Dorado, "O Dourado"), Manoa (do
achaua manoa, "lago"), ou Manoa del Dorado (já citado
anteriormente) é uma lenda que se iniciou nos anos 1530 com a
história de um cacique ou sacerdote dos muíscas, indígenas da Colômbia,
que se cobria com pó de ouro e mergulhava em um lago dos Andes. Inicialmente
um homem dourado, índio dourado, ou rei dourado, foi depois fantasiado como um
lugar, o reino ou cidade desse chefe lendário, riquíssimo em ouro.
Embora os artistas muíscas
trabalhassem peças de ouro, algumas das quais hoje formam o rico acervo
do Museu do Ouro de Bogotá, nunca
foram encontradas entre eles grandes minas, muito menos as cidades douradas
sonhadas pelos conquistadores que pretendiam repetir a façanha de Francisco
Pizarro no Peru. Tudo indica que os muíscas ou chibchas obtinham o ouro por
meio de trocas com indígenas de outras regiões.
Sedentos por mais ouro, os
conquistadores fizeram o mito migrar para leste, para os Llanos da Venezuela e
depois para além, no atual estado brasileiro de Roraima ou
nas Guianas. Na forma tomada pelo mito a partir do final do século
XVI, a cidade dourada, agora conhecida como Manoa, se localizaria no imenso
e imaginário lago Parima e teria sido fundada ou ocupada por incas refugiados
da conquista de Pizarro.
O mito é semelhante ao
de Paititi ou Candire, que também seria uma cidade
cheia de riquezas que teria servido de refúgio a incas que escaparam da
conquista espanhola, mas costuma ser localizada muito mais ao sul, entre as
selvas da Bolívia e Peru ou no Brasil, no Acre, Rondônia ou Mato Grosso.
Os dois mitos têm origem comum no sonho de conquistadores de enriquecer
repetindo a façanha de Francisco Pizarro, o conquistador dos incas, e
influenciaram-se mutuamente, mas o de Paitíti associou-se, em tempos mais
recentes, com a nostalgia de povos andinos pelo antigo Império Inca, ganhando
conotações nativistas.
O
Eldorado na Colômbia
Em 1534, logo depois que
os espanhóis completaram a conquista do Império
Inca e refundaram a Kitu dos incas como San Francisco de Quito (no
atual Equador), um índio foi lá solicitar ajuda dos espanhóis para a guerra de
seu povo contra os muíscas. Ele afirmou que na terra dos muíscas havia muito
ouro e esmeraldas e descreveu a cerimônia do homem coberto de ouro que, durante
séculos, despertaria a cobiça dos conquistadores.
Cronistas relatam que, assim
que o impulsivo Sebastián de Belalcazar ouviu
a história, exclamou "Vamos procurar esse índio dourado!" Mas não foi
o único. Belalcázar saiu de Quito em busca de El Dorado já em 1535,
mas Nicolás de Federmann, que saiu da Venezuela no mesmo ano; e Gonzalo Jiménez de Quesada, que partiu
da costa norte da Colômbia no ano seguinte. O último foi o primeiro a chegar à
terra dos muíscas, perto de Bogotá e conquistá-los, em 1537. Os outros dois
disputaram seu domínio da região em 1539, mas submeteram-se
à arbitragem do rei da Espanha, que concedeu o governo da região de Popayán (ao
sul) a Belalcázar. Quesada obteve os títulos de marechal do Novo Reino de
Granada (nome que dera à região) e de Gobernador de El Dorado, voltando em 1549. Federmann nada
obteve e foi processado pela família Welser, que financiara sua expedição,
acabando por morrer na prisão.
Em 1568, com 60 anos,
Jiménez de Quesada recebeu a missão de conquistar Los Llanos ("As
Planícies"), a leste dos Andes, com a idéia de encontrar Eldorado. A
expedição partiu de Bogotá com 400 espanhóis e 1.500 indígenas e alcançou a
confluência dos rios Guaviare e Orinoco, mas não pôde prosseguir e retornou
quatro anos depois, derrotada e reduzida a 70 homens. Com sucessivas
explorações, a localização do suposto Eldorado foi se deslocando cada vez mais
para leste, em território do que é hoje a Venezuela e depois o atual estado
brasileiro de Roraima e as Guianas.
Cerimônia
tribal
Em 1636 Juan Rodríguez
Freyle escreveu a versão mais conhecida da lenda na crônica El Carnero,
dirigida a seu amigo Don Juan, cacique de Guatavita, localizando ali o mito:
“...Naquele lago de
Guatavita faziam uma grande balsa de juncos, e a enfeitavam até deixá-la tão
vistosa quanto podiam… A esta altura estava toda a lagoa cercada de índios e
iluminada em toda sua circunferência, os índios e índias todos coroados de
ouro, plumas e enfeites de nariz… Despiam o herdeiro (...) e o untavam com uma
liga pegajosa, e cobriam tudo com ouro em pó, de manera que ia todo coberto
desse metal. Metiam-no na balsa, na qual ia de pé, e seus pés punham um montão
de ouro e esmeraldas para que oferecesse a seu deus. Acompanhavam-no na barca
quatro caciques, os mais importantes, enfeitados de plumas, coroas, braceletes,
adereços de nariz e orelheiras de ouro, e também nus… O índio dourado fazia sua
oferenda lançando no meio da lagoa todo o ouro e as esmeraldas que levava aos
pés, e logo o imitavam os caciques que o acompanhavam. Concluída a cerimônia,
batiam os estandartes... E partindo a balsa para terra, começavam a gritaria...
dançando em círculos a seu modo. Com tal cerimônia ficava reconhecido o novo
escolhido para senhor e príncipe. “
Segundo uma versão contada
por Rodrigues Fesle em Conquista y descubrimiento del nuevo Reino de
Granada de las Indias Occidentales de mar Oceano, os candidatos à sucessão do
cacique ficavam presos numa gruta por seis anos, sem comer carne, sal ou
pimenta; as mulheres lhe eram proibidas, assim como a luz do dia. No dia da
entronização, seu primeiro ato consistia em entrar no lago para oferecer
sacrifícios aos deuses, procedendo-se então à cerimônia já descrita,
acrescentando-se o detalhe de um braseiro aceso levado a bordo da jangada.
Outra versão, referida por
Enrique de Gandía na Historia Critica de los Mitos de la Conquista
Americana (Buenos Aires: Juán Roldán, 1929) dizia que um cacique enganado
pela mulher descobriu a traição e a obrigou a comer, numa festa, "os
órgãos com os quais seu amante havia pecado" e ordenou aos índios que
cantassem o crime diante de toda a aldeia enquanto durasse a bebedeira. Incapaz
de suportar a humilhação, a mulher tomou a filha nos braços e jogou-se com ela
no lago Guatavita. O cacique foi tomado pelo remorso, até que os sacerdotes lhe
disseram que a mulher vivia em um palácio escondido no fundo das águas e podia
ser honrada com oferendas de ouro. O cacique arrependido teria então passado a
realizar a cerimônia.
Houve pelo menos duas
tentativas de drenar o lago Guatavita em busca do suposto tesouro. A primeira
foi em 1578, quando o mercador espanhol Antonio de Sepúlveda conseguiu uma
licença do governo espanhol. Escavou um canal e conseguiu baixar o nível do
lago em alguns metros, mas encontrou apenas dez onças de ouro.
Em 1801, Alexander von
Hulboldt estudou o lago e mencionou-o em seus relatos, comentando que se a
lenda fosse verdadeira, poderia conter centenas de milhões de libras em ouro.
Sua especulação voltou a incendiar a imaginação de caçadores de tesouros e em
1825, o capitão Charles Stuart Cochrane, filho do Almirante Cochrane que
comandou a frota chilena na guerra da independência, publicou um livro no qual
dizia que ali devia existir ouro e pedras preciosas no valor de £
1.120.000.000. Em 1898, foi formada a 'Company for the Exploitation of the
Lagoon of Guatavitá', que dois anos depois transferiu seus direitos à firma
franco-britânica 'Contractors Ltd.', com sede em Londres e cotada na Bolsa de
Londres.
A empresa passou oito anos
construindo um túnel para esvaziá-lo a partir do centro, mas quando o leito do
lago foi exposto, o fundo tinha metros de lama e limo, que tornavam impossível
caminhar sobre ele. No dia seguinte, o sol cozeu a lama e lhe deu uma
consistência de cimento, tão dura que não pdia ser penetrada. A lama endurecida
bloqueou as eclusas, o túnel foi selado e o lago voltou a se encher até o nível
anterior. Foram encontrados objetos no valor de £ 500 que foram leiloados na
Sotheby's, mas a empresa faliu sem recuperar o investimento de £40.000 e a
'Company for the Exploitation of the Lagoon of Guatavitá' foi dissolvida em
1929. Outras sondagens foram tentadas com dragas e brocas até que, em 1965, o
governo colombiano pôs o lago Guatavitá sob proteção legal, proibindo novas
tentativas.
O lago Guatavita parece ter
sido um centro cerimonial importante para a iniciação dos jovens que seriam
coroados zipas ou reis de Bacatá (atual Bogotá), mas a origem da lenda pode ser
a lagoa de Siecha (Casa do Homem, em muísca) perto da pirâmide do Sol, a 35
quilômetros de Guatavita. Ali foi de fato encontrada, em 1856, uma peça de ouro
de 262 gramas, com a forma de uma balsa redonda com 9,5 cm de diâmetro,
que parecia representá-lo. Revelada ao mundo em 1883 por Liborio Zerda, no
livro El Dorado, foi comprada por um museu alemão, mas perdeu-se quando o
navio que a transportava incendiou-se no porto de Bremen.
Uma segunda peça muito
semelhante foi, porém, encontrada em 1969, por três camponeses, dentro de um
vaso de cerâmica, em uma pequena gruta da campina de Pasca, Cundinamarca.
Encontra-se hoje no Museu do Ouro de Bogotá e é sua peça mais famosa. Conhecida
como "Balsa de El Dorado", pesa 287,5 gramas, tem 19 cm de
comprimento por 10 de largura e altura e contém uma figura maior cercada de
doze menores.
O
Eldorado na Guiana
Em 1584 o espanhol Antonio
de Berrio partiu de Tunja (Colômbia) com a intenção de explorar o interior das
Guianas e em 1590, na região do Orinoco, indígenas lhe disseram que a sete dias
dali havia "uma infinita quantidade de ouro", cujas minas eram
reservada aos caciques e suas mulheres, embora qualquer um pudesse extrair ouro
dos riachos. Não alcançou, porém, as regiões em que os indígenas diziam estar
localizado o lago Manoa, no outro lado das montanhas Pacaraima (Manoa, na
língua Achaua significava "lago").
O relato da exploração foi
redigido pelo lugar-tenente Domingo Vera, que teria feito acréscimos para
suscitar a cobiça dos superiores, juntando à sua narrativa supostas revelações
de um certo Juan Martínez, sobrevivente da expedição de Diego de Ordaz que
teria vivido na capital de Eldorado. Martínez, tendo cometido uma falta grave,
teria sido condenado à morte, condenação comutada, pela comiseração dos
companheiros, no abandono do culpado numa canoa. Segundo a versão contada mais
tarde por Walter Raleigh:
Essa canoa foi levada pela
corrente e encontrada flutuando por selvagens da Guiana, que nunca antes haviam
visto um cristão. Eles levaram Martínez de um lado para o outro, para que fosse
visto como uma maravilha, e o levaram em seguida a Manoa, que é a capital do Império
dos Incas. O Rei, que o viu, o reconheceu primeiramente como cristão e
espanhol; porque não fazia muito tempo que os irmãos Guascar (Huáscar) e
Atabaliba (Atahuallpa) estavam mortos, e que Pizarro tinha destruído seu
império. Ele recebeu Martínez bastante bem, embora não houvesse esquecido a
crueldade dos espanhóis.
Durante as festas dos
guianeses, contava a narrativa de Martínez, "os servos untam os corpos dos
notáveis com um bálsamo branco chamado curcay e os recobrem de pó de
ouro, que sopram por meio de caniços, até que estejam brilhando da cabeça aos
pés". Há ouro por toda a parte: na cidade, nos templos, sob forma de
ídolos, de placas, de armaduras e de escudos. Sua capital era a cidade de
Manoa, construída nas margens do lago Parima (ao qual inicialmente se tinha
dado o nome de "Manoa"), ou "Parime", como o chamariam os
ingleses.
Uma expedição militar
inglesa se apossou dos documentos de Berrio e os comunicou à corte britânica,
chegando então aos ouvidos do explorador e aventureiro inglês Walter Raleigh.
Em 1594, conduziu sua própria exploração pelo Orinoco até o interior da atual
Guiana venezuelana. Encontrou apenas uns poucos objetos de ouro e indícios de
minério, mas que lhe bastaram para escrever um livro, A Descoberta do
Grande, Rico e Belo Império da Guiana, com um Relato da Grande e Dourada Cidade
de Manoa, que os Espanhóis chamam El Dorado, com o qual se ampliou e
popularizou a lenda.
Raleigh encontrou no porto
de Morequito, às margens do Orinoco, um certo Topiawari, idoso cacique dos aromaias,
cujo sobrinho, o anterior cacique, havia sido assassinado pelos espanhóis. O
inglês lhe disse que vinha protegê-lo dos espanhóis em nome da rainha Elizabeth
I e lhe perguntou sobre como chegar à Guiana que tem ouro e aos incas. O velho
lhe respondeu que não podia chegar à cidade de Manoa com os meios que dispunha
naquele momento. Se quisesse, ele e seu povo o ajudariam, mas precisaria da
ajuda de todos os povos que eram inimigos do império para obter guias e
suprimentos. Recordou-lhe que 300 espanhóis haviam sido vencidos nas planícies
de Macureguarai e não haviam conquistado a amizade de nenhum povo da região.
Havia 4 dias de viagem até
“Macureguarai onde habitavam
os súditos mais próximos do Inca e os epuremeis, que é a primeira cidade onde
vive gente rica que usa roupas fabricadas e de onde provinham essas placas de
ouro que se viam aqui e ali entre os povoados fronteiriços e que eram
exportadas para toda parte. Mas aquelas produzidas no interior das terras eram
muito mais belas e representavam homens, animais, pássaros e peixes.”
O cacique explicou que havia
guerra entre o povo fronteiriço a seu território e os epuremeis, que lhe haviam
roubado as mulheres. Queixou-se de que antes tinham dez ou doze mulheres e
agora tinham de se contentar com três ou quatro, enquanto os senhores de
Epuremei tinham 50 ou 100. Um homem do séquito de Topiawari disse a Raleigh que
se o acompanhassem, deveriam repartir o saque: "para nós as mulheres, para
vocês, o ouro".
Topiawari lhe disse que o
ouro não provinha de veios, mas do lago de Manoa e de muitos rios. Que misturam
o ouro com cobre para que o possam trabalhar, fundem-no em vasilhas de barro
com furos, o metem em moldes de pedra ou argila e assim fabricam placas e
imagens. Mencionou várias nações inimigas dos incas, entre elas os ewaipanomas,
que não têm cabeça. Disse que os epuremeis tinham a mesma religião dos incas.
Apesar da distância do Peru, Topiawari sabia que os espanhóis encontraram os
maiores tesouros entre os incas. Raleigh ficou convencido de que Manoa existia,
mas não tinha meios suficientes para encontrá-la e escreveu seu livro para
tentar convencer a corte inglesa:
“E estou convencido de que
em Guiana será suficiente um pequeno exército de infantaria que se dirija a
Manoa, a principal cidade do Inca, para separar para Sua Majestade várias
centenas de milhares de libras por ano no total o que lhe permitiria
proteger-se contra todos os inimigos do interior, fazer frente a todos os
gastos do interior. Além disso, o Inca manteria com suas despesas reais uma
guarnição de três ou quatro mil soldados para defende-se contra outros países.
Pois ele não pode ignorar como seus predecessores, em especial seus tios-avôs
Huáscar e Atahuallpa, filhos de Huayna Cápac, imperador do Peru, que se bateram
pelo império, foram derrotados pelos espanhóis e que estes últimos anos, depois
da conquista, os espanhóis procuraram os caminhos que levavam a seu país. Eles
não podem deixar de ter ouvido falar dos cruéis tratamentos que os espanhóis
infligiram às populações vizinhas. Por estas razões, pode-se estar seguro de
que ele será convencido a pagar seu tributo com muita alegria, pois não tem
armas de fogo nem de ferro em todo o seu império e pode então ser facilmente
vencido.”
Antes de terminar recorda as
profecias da chegada dos espanhóis e que, segundo elas, "graças à
Inglaterra, os incas reencontrarão no futuro seu poder e serão libertados da
servidão a seus conquistadores".
Preso em 1603 por suposto
envolvimento em uma conspiração contra o rei Jaime I, Raleigh foi libertado em
1616 para conduzir uma nova expedição ao Eldorado, que não teve sucesso, mas
saqueou um posto avançado espanhol. Ao retornar, foi executado com base nas
acusações anteriores e para apaziguar os espanhóis.
Raleigh acreditava que o
Eldorado situava-se no vasto Lago Parima, que mapas da época situavam no
interior da Guiana, aproximadamente onde hoje se situa o Estado de Roraima.
Este lago, que nunca existiu, está presente na maioria dos mapas dos séculos
XVII e XVIII e até em alguns mapas do início do século XIX, quando desaparece e
é substituído pelo "Rio Parima", na região dos Tepuís do Monte
Roraima.
Os responsáveis por seu
definitivo desaparecimento foram o geólogo prussiano Friedrich Alexander von
Humboldt e o botânico francês Aimé Bonpland, que viajaram entre o Orinoco e o
Amazonas em 1800, em busca das nascentes do Caroni, que encontraram junto a uma
pequena aldeia chamada Esmeralda, demonstrando a inexistência do suposto lago
Parima.
Stevenson
No livro Uma Luz nos
Mistérios Amazônicos (Manaus, 1994), o pintor chileno Roland W. Vermehren
Stevenson, morador de Manaus, ressuscitou a lenda do lago Parime.
Afirmou ter descoberto vestígios de um caminho pré-colombiano extinto
da bacia de Uaupés a Roraima, com
restos de construções de pedra, pelo qual os incas teriam
trazido ouro no
lombo de lhamas e
também ter identificado o que já foi o lago do El Dorado, Manoa ou Parima, que seria a chamada região de
campos ou lavrado de Boa Vista, desprovida de selvas, onde apenas há árvores (buritis) mas
margens de lagoas, rios e igarapés.
Ali teria existido o
lendário lago, localizado entre Roraima e a antiga Guiana
inglesa, com um diâmetro de 400 quilômetros e área de 80 mil quilômetros
quadrados e sua extinção teria começado há cerca de 700 anos. Segundo
Stevenson, a cidade de Manoa localizava-se na região ocidental do lago,
conforme o indicavam as primeiras cartografias das expedições, a exemplo de
Hariot, que a desenhou vizinha a uma ilha de terra firme. O local exato seria a
ocidente do que hoje chamamos ilha Maracá, onde na época do lago cheio estaria
a foz do rio Uraricuera.
E-mail: apocalipsedosanjos@hotmail.com
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