Candomblé é uma palavra
derivada da língua bantu: ca [ka]=uso, costume, ndomb=negro,
preto e lé=lugar, casa, terreiro e/ou pequeno atabaque. A reunião dos três
vocábulos resulta em "lugar de costume dos negros", por extensão,
lugar de tradições negras, tradições entre as quais, destacam-se, no sentido
atual as práticas religiosas que incluem a música percussiva [A TARDE, 1980].
Outra interpretação informa que kandombele significa
"adorar" [Ngunz'tala, 2006].
Hoje reconhecido como
religião, no passado, o Candomblé teve seus dias de marginalidade. No período
do Estado Novo, por exemplo, entre 1937 e 1945, foi proibido por lei, seus
adeptos perseguidos e presos pela polícia. Quando se fala em Candomblé um dos
aspectos mais destacados é o sincretismo entre religiosidade africana e
catolicismo. Todavia, em geral, a tal religiosidade africana é vista como algo
monolítico, homogêneo.
Trata-se de uma visão
estereotipada da África e de seus povos. O sincretismo do Candomblé, na
verdade, tem sua origem na própria África, onde existiu, na época da
colonização, e antes, e atualmente, uma enorme diversidade de povos e culturas
interagentes. O panteão africano reúne mais de 400 divindades.
No Candomblé, forjado em terras brasileiras, esse panteão, atualmente, é composto de 16 orixás [ou Òrìsà, em ioruba] principais, numa significativa condensação das forças metafísicas que levou mais de um século para se definir no processo de integração das diferentes nações cujos representantes chegaram ao Brasil durante o período da escravidão. Não obstante, "correndo por fora", contam-se ainda, outros 14 orixás reconhecidos em diferentes centros de culto. Entre as nações que contribuíram na formação do panteão principal relacionam-se: os bantu, nativos de Angola, Moçambique, Congo; Gana, Benin, Nigéria [Ioruba ou Nagôs]; Sudaneses, da Costa do Marfim, os Ewe, muitos, muçulmanos; os Fon e os Ashanti. Todos esses, falando línguas diferentes e cultuando seus próprios deuses.
No Candomblé, forjado em terras brasileiras, esse panteão, atualmente, é composto de 16 orixás [ou Òrìsà, em ioruba] principais, numa significativa condensação das forças metafísicas que levou mais de um século para se definir no processo de integração das diferentes nações cujos representantes chegaram ao Brasil durante o período da escravidão. Não obstante, "correndo por fora", contam-se ainda, outros 14 orixás reconhecidos em diferentes centros de culto. Entre as nações que contribuíram na formação do panteão principal relacionam-se: os bantu, nativos de Angola, Moçambique, Congo; Gana, Benin, Nigéria [Ioruba ou Nagôs]; Sudaneses, da Costa do Marfim, os Ewe, muitos, muçulmanos; os Fon e os Ashanti. Todos esses, falando línguas diferentes e cultuando seus próprios deuses.
Liturgia do Candomblé
Apesar das contradições do
candomblé, especialmente no que se refere ao número dos Orixás, a teologia não
é complicada: um Deus criador de todas as coisas e deuses menores regentes da
Natureza, da personalidade e da vida dos homens. Entretanto, a liturgia ou
seja, as práticas rituais, de iniciação, cultos e sobretudo o oráculo, esta
liturgia é extremamente complexa.
O Candomblé não é uma religião
"caseira". Um católico, depois de ser catequizado, depois de aprender
princípios básicos, pode se sentir perfeitamente livre [apesar das admoestações
do vaticano] para dispensar a freqüência às missas, pode rezar o Terço em casa,
até acompanhando pela televisão [Rede Vida]. Um muçulmano também: estende seu
tapete cinco vezes ao dia para orar voltado para Meca em qualquer lugar. O
budista segue o caminho do meio, medita sobre as oito verdades do Buda
Sakyamuni e tudo está bem. Os evangélicos, não obstante a insistência dos
pastores para que freqüentem a igreja, uma vez que tomam consciência da força
da fé em Deus-Jesus Cristo [a técnica] pode igualmente" dar um tempo das
reuniões. É verdade que judeus e hinduístas são mais cobrados em suas obrigações
religiosas porém nada que se compare à rígida disciplina exigida dos adeptos do
Candomblé.
No Candomblé não existe
autodidata nem auto-iniciação. Para ser um Filho [a] de Santo um longo tempo de
Iniciação é indispensável e se o interessado em Candomblé pretende se utilizar
do oráculo africano, o Jogo de Búzios, foco de interesse de muita gente, a
religião se mostra ainda mais inacessível. Apesar dos inúmeros oráculos online
[softwares, programas] disponíveis na internet; apesar, ainda, de existir até
um Tarô do Búzios ou Tarô dos Orixás [Tarô dos Orixás: Senhores do
Destino ─ Editora Palas], inovações recentes, o oráculo afro-brasileiro, o
Jogo de Búzios [Ifá], somente é confiável quando "operado" pelas mãos
credenciadas dos sacerdotes, o Babalorixá [Pai ou Zelador de Santo] ou Yalorixá
[Mãe ou Zeladora de Santo]. Este é um ponto indiscutível entre os
especialistas.
E-mail: apocalipsedosanjos@hotmail.com
Twitter: @Noitedoanjo
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