Descobertas
genéticas apontam para as chances de o casal ter passado simultaneamente pela
Terra há milhares de anos.
Estudos científicos mais
recentes apontam para o fato de que, se voltarmos muitos e muitos anos no
tempo, toda a vida na Terra estaria interligada por um ancestral comum. E a
continuação desse tipo de análise mostra que todos os humanos que vivem no mundo
atualmente seriam descendentes de um homem e uma mulher que andaram pelo
planeta milhares de anos atrás.
Há muitas décadas, acontece
uma discussão para saber se esses ancestrais – cientificamente chamados de Adão
Cromossomo-Y e Eva Mitocondrial – realmente existiram. Dois estudos publicados
recentemente sugerem que existem grandes chances de que Adão e Eva tenham
existido ao mesmo tempo, evolucionariamente falando.
O método científico
Todo esse debate foi
levantado a partir de duas sequências de DNA, sendo que uma delas equivale ao
cromossomo Y e a outra corresponde a uma mitocôndria. Como esses trechos de DNA
não se misturam, fica mais fácil identificar mutações que os afetem. Através
deles também é possível buscar a ancestralidade de um indivíduo.
Retomando o que aprendemos
nas aulas de biologia, a análise do cromossomo Y poderá nos indicar o ancestral
masculino de um homem e a análise mitocondrial de uma criança nos indicará sua
ancestralidade materna. Esse tipo de estudo científico, desenvolvido por Alan
Wilson na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, também pode revelar a
duração de uma sequência genética através da frequência da ocorrência de
mutações. Assim é possível definir quando foi a última vez em que a população
compartilhou uma mesma sequência de DNA.
Os
nossos ancestrais
Em 1987, Wilson e sua equipe
utilizaram esse raciocínio para analisar o DNA mitocondrial de 147 pessoas de
diferentes países. Com isso, os pesquisadores descobriram que todos os
indivíduos eram descendentes dessa mulher que teria vivido na África cerca de
200 mil anos atrás.
Já a análise do cromossomo Y
resultou em números mais divergentes. Depois de verificar o DNA de homens de
diversas partes do mundo, descobriu-se que o ancestral comum de todos eles deve
ter vivido na Terra entre 60 mil e 580 mil anos atrás.
Os pesquisadores acreditam
que essa grande diferença se deva ao fato de não existirem tantas análises
cromossômicas quando comparadas com as mitocondriais e ainda pela chance de
algumas antigas linhagens de cromossomo Y terem sobrevivido até hoje.
Adão
e Eva
A partir de todos esses
dados, o site The Conversation aponta que os pesquisadores Carlos Bustamante
(da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos) e Paolo Francalacci (da
Universidade de Sassari, na Itália) estão separadamente tentando descobrir se o
Adão Cromossomo-Y realmente existiu.
Analisando 69 homens de sete
países, Bustamante estima que o ancestral comum da humanidade tenha vivido
entre 120 mil e 156 mil anos atrás. Já Francalacci coletou amostras de DNA de
1204 italianos e supõe que o ancestral comum tenha passado pela Terra entre 180
mil e 200 mil anos atrás.
Esses resultados sugerem que
a existência do Adão Cromossomo-Y aconteceu na mesma época da Eva Mitocondrial,
indicando a possibilidade de que eles tenham vivido na Terra na mesma época.
Mesmo com a diferença de alguns milhares de anos, esta é a primeira vez em que
os pesquisadores chegam a estimativas tão próximas.
E-mail: apocalipsedosanjos@hotmail.com
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