Atlântida ou Atlantis (em grego, Ἀτλαντίς -
"filha de Atlas") é uma lendária ilha ou continente cuja
primeira menção conhecida remonta a Platão em
suas obras "Timeu ou
a Natureza" e "Crítias ou a Atlântida".
Nos contos de Platão,
Atlântida era uma potência naval localizada "na frente das Colunas de Hércules", que conquistou
muitas partes da Europa Ocidental e África 9.000
anos antes da era de Solon, ou seja, aproximadamente 9600 a.C.. Após uma tentativa
fracassada de invadir Atenas, Atlântida afundou no oceano "em
um único dia e noite de infortúnio".
Estudiosos disputam se e
como a história ou conto de Platão foi inspirada por antigas tradições. Alguns
pesquisadores argumentam que Platão criou a história mediante memórias de
eventos antigos como a erupção de Thera ou a guerra
de Tróia, enquanto outros insistem que ele teve inspiração em
acontecimentos contemporâneos, como a destruição de Helique em 373 a.C.
ou a fracassada invasão ateniense da Sicília em 415 a.C.–413 a.C..
A possível existência de
Atlântida foi discutida ativamente por toda a antiguidade clássica, mas é normalmente
rejeitada e ocasionalmente parodiadapor
autores atuais. Alan Cameron afirma que "só nos tempos modernos é que
as pessoas começaram a levar a sério a história da Atlântida; ninguém o fez na
Antiguidade".[
Embora pouco conhecida
durante a Idade Média, a história da Atlântida foi redescoberta
pelos Humanistas na Idade
Moderna. A descrição de Platão inspirou trabalhos utópicos de vários
escritores da Renascença, como Francis
Bacon em "Nova Atlântida". Atlântida
ainda inspira a literatura - da ficção científica a gibis - e o cinema. Seu nome
tornou-se uma referência para toda e qualquer suposição sobre avançadas
civilizações pré-históricas perdidas.
Menções na literatura
A mais antiga menção
conhecida sobre a Atlântida foi feita pelo filósofo grego Platão (428-347
a.C.) em dois dos seus diálogos (Timeu e Crítias). Platão
conta-nos que Sólon, no curso das suas viagens pelo Egito, questiona um sacerdote que
vivia em Sais, no delta
do Nilo, e que este lhe fala de umas tradições ancestrais relacionadas com
uma guerra perdida nos anais dos tempos entre os atenienses e
o povo atlante. Segundo o sacerdote, o povo deAtlantis viveria
numa ilha localizada para além dos pilares de Heracles, onde
o Mediterrâneo terminava e o Oceano começava.
Quando os deuses helênicospartilharam a terra, conta o
sacerdote, a cidade de Atenas ficou para a deusa Atena e Hefesto, mas
Atlântida tornou-se parte do reino de Poseidon, deus
dos mares.
Em Atlântida, nas montanhas
ao centro da ilha, vivia uma jovem órfã de nome Clito. Conta a lenda que Poseidon
ter-se-ia apaixonado por ela e, para poder coabitar com o objeto da sua paixão,
teria erguido uma barreira constituída por uma série de muralhas de água e
fossos aquíferos em volta da morada da sua amada. Desta maneira viveram por
muitos anos, e desta relação nasceram cinco pares de gêmeos. O mais velho, o
deus dos mares chamou Atlas.
Após dividir a ilha em dez áreas circulares, o deus dos mares concedeu
supremacia a Atlas, dedicando-lhe a montanha de onde Atlas espalhava o seu
poder sobre o resto da ilha.
Atlântida submersa, em
ilustração da obra Vinte Mil Léguas Submarinas.
Em cada um dos distritos
(anéis terrestres ou cinturões), reinavam as monarquias de cada um dos
descendentes dos filhos de Clito e Poseidon.
Reuniam-se uma vez por ano no centro da ilha, onde o palácio central e o templo
a Poseidon, com os seus muros cobertos de ouro, brilhavam ao sol. A reunião
marcava o início de um festival cerimonioso em que cada um dos monarcas dispunha-se
à caça de um touro. Uma vez o touro caçado, beberiam do seu
sangue e comeriam da sua carne, enquanto sinceras críticas e cumprimentos eram
trocados à luz do luar.
Atlântida seria uma ilha de
extrema riqueza vegetal e mineral. Não só
era a ilha magnificamente prolífica em depósitos de ouro, prata, cobre, ferro, etc., como
ainda de oricalco,
um metal que brilhava como fogo.
Os reis de Atlântida
construíram inúmeras pontes, canais e passagens fortificadas entre os seus
cinturões de terra, cada um protegido com muros revestidos de bronze no
exterior e estanho pelo interior. Entre estes brilhavam edifícios construídos
de pedras brancas, pretas e vermelhas.
Tanto a riqueza e a
prosperidade do comércio, como a inexpugnável defesa das suas muralhas, se
tornariam imagens de marca da ilha.
Pouco mais se sabe de
Atlântida. Segundo Platão, foi destruída por um desastre natural (possivelmente
um terremoto ou maremoto) cerca
de 9000 anos antes da sua era. Segundo Roger Paranhos, em seu livro Akhenaton
- A revolução espiritual do antigo Egito
o continente de Atlântida
foi destruído por um cometa. Talvez essa teoria possa ser corroborada pela
hipótese do Cometa Clóvis , segundo a qual uma explosão aérea ou um
impacto de um ou mais objetos do espaço sobre a Terra, ocorrido entre 12.900 e
10.900 anos atrás, desencadeou um período glacial conhecido por Dryas
Recente e pode ter atingido o continente perdido e o submergido.
Crê-se ainda que os atlantes teriam
sido vítimas das suas ambições de conquistar o mundo, acabando por ser dizimados
pelos atenienses.
Outra tradição completamente
diferente chega-nos por Diodoro da Sicília, segundo o qual os atlantes
seriam vizinhos dos líbios e teriam sido atacados e destruídos pelas amazonas.
Segundo outra lenda, o povo que habitava
a Atlântida era muito mais evoluído que os outros povos da época e, ao prever a
destruição iminente, teria emigrado para a África, sendo
os antigos egípciosdescendentes
dos atlantes.
Na cultura pop do séc. XX,
muitas histórias em quadrinhos, filmes e desenhos
animados retratam Atlântida como uma cidade submersa, povoada por sereias ou
outros tipos de humanossubaquáticos.
Teorias e hipóteses sobre
sua existência
O tema Atlântida tem dado
origem a diferentes interpretações, das céticas às mais fantasiosas. Segundo
alguns autores mais céticos, tratar-se-ia de uma metáfora referente
a uma catástrofe global (identificada, ou não, com o Dilúvio),
que teria sido assimilada pelas tradições orais de diversos povos e configurada
segundo suas particularidades culturais próprias. Consideram também que a
narrativa se insere numa dada mitologia que pretendia explicar as
transformações geográficas e geológicas devidas às transgressões marinhas. De acordo com Platão, no
livro Atlântida, esta cidade estaria além das colunas de Hércules (estreito de Gibraltar) próxima a uma região
conhecida comoQuadrilátero de Canais. Este Quadrilátero foi,
assim, descrito por Crítias:
"Havia montanhas
numerosas, próximas à planície da cidade, ricas em habitantes, rios, lagos,
florestas em tão grandes números de essências, tão variadas que davam
abundância de materiais próprios para todos os trabalhos possíveis. Ora, na
planície, pela ação de muitos reis (…) construiu-se um Quadrilátero de lados
quase retilíneos e alongados, onde os lados se afastavam em linha reta,(...)
cavando-se o fosso contínuo
que rodeava a planície. Quanto a profundidade, a largura e desenvolvimento
desse canal é difícil de crer que a obra tenha saído das mãos humanas.(...) O
fosso recebia os cursos d'água que desciam das montanhas, fazia a volta à
cidade, e de lá, ia esvaziar-se no mar.(...) Para carregar a madeira das
montanhas, para levar de barco outros produtos de estação, cavavam-se, a partir
de canais,
derivações navegáveis, de direção oblíqua uma em relação às outras e em relação
à cidade."
Nota-se, pelo depoimento,
que a cidade ficava próxima a uma estrutura de canais cujo o próprio Crítias
considerava: "é difícil de crer que a obra tenha saído das mãos
humanas". Além disso, pelas outras informações e descrições, a cidade
teria um formato circular e estaria a frente dessa gigantesca geometriaquadrangular.
Em 2011 foi lançado pelo
pesquisador espanhol Francisco J. R. Peláez, professor da UFABC, o livro
"W"[1] em que ele expõe 7
anos de pesquisas à respeito da localização de Atlantida com base na Teoria
Platônica. Neste livro, e no site do mesmo, o pesquisador Peláez e seus
colaboradores expõe evidências científicas de que Atlântida estaria submersa na
bacia do Caribe. Em maio de 2011, o pesquisador deu uma entrevista no Programa
do Jô onde apresenta para o grande público as motivações de seus 7
anos de pesquisa.
Teoria do antigo continente
Há ainda a versão, como a
defendida pelo cientista brasileiro Arysio Nunes dos Santos, segundo a qual
Atlântida seria nada mais do que o nome grego para uma civilização ancestral,
que teria sido descrita com diferentes nomes nas mais diversas culturas. Para
Arysio, a Atlântida supostamente real ficaria na Indonésia e
diversos povos do mundo, como os gregos, egípcios, hindus e mesmo
os índios tupis,
seriam descendentes dos atlantes. Ainda, segundo essa teoria, diversas
descobertas científicas como a criação do alfabeto, das culturas agrícolas, da
pecuária e do cavalo,
seriam tributárias dos atlantes.
Teoria de Tântalis
Alguns pesquisadores
acreditam que a Atlântida, nome derivado do titã Atlas, é uma
releitura grega da antiga cidade, também perdida, de Tântalis, nome derivado do rei de
Sípilo, Tântalo.
A lenda de Tântalo seria essencialmente a mesma de Tântlis, sendo Tântalo uma
releitura lídia de
Atlas.[8] A
Atlântida então, segundo essa versão, nada mais seria que a versão grega da
antiga capital da Lídia, Tântalis, conhecida também como Sipylus, que se localizava nas terras
de Arzawa, situada na costa ocidental da Anatólia.[9] Segundo
escritos antigos e autores clássicos, a cidade antiga de Tântalis sucumbiu,
devido a um grande terremoto que despedaçou o monte Sipylus, afundando, após
isso, nas águas que brotaram de Yarikkaya, uma ravina profunda,
transformando-se no lago Saloe. Durante o século XX, o lago Saloe, último
vestígio de Tântalis, foi esvaziado sem cerimônia para abrir mais espaço para a
agricultura.
Teoria da Antártida
Na década de 1960, o professor Charles
Hapgood, tentando entender como ocorreram as eras
glaciais, propôs a teoria de que o gelo que se acumula nas calotas polares
provocaria um peso suficiente para que o polo terrestre se deslocasse sobre a
superfície da Terra,
carregando outro continente para o polo e causando uma era glacial nesse lugar.
Segundo essa teoria, uma parte dos Estados
Unidos já teria se tornado o polo norte e
a Antártida já
teria se localizado mais acima no Oceano Atlântico, entre a Argentina e a África. Se
valendo dessa teoria, o polêmico jornalista britânico Graham
Hancock propôs que o continente perdido de Atlântida seria, nada mais,
do que a Antártida antes do último período glacial, quando estaria mais alta no
Oceâno Atlântico, e as cidades Atlântidas, por sua vez, estariam em baixo de
grossa camada de gelo, tornando impossível sua investigação arqueológica. Essa
teoria seria ainda confirmada por uma mapa, o mapa dos antigos reis dos
mares, feito por Piri Reis no século
XVI, baseado em mapas antigos, que mostra um estranho formato para a América
do Sul, que seria não a América do Sul, mas sim a Antártida na sua
localização não polar. Essa teoria é aceita por alguns, porém não pelos
estudiosos atuais que afirmam que o peso dos polos não seria suficientemente
grande para fazer mover os continentes na superfície da Terra, e, ainda,
descobriram que o mapa de Piri Reis é realmente o mapa da América do Sul,
porém, tendo como referência a cidade do Cairo, o que deu um
formato diferente ao continente. Ainda, fotos de satélite tiradas a partir da
cidade do Cairo, comprovaram que o formato da América do Sul, vista do Cairo, é
como o mostrado no mapa. Outro problema encontrado com esse mapa é que sem o
gelo a Antártida teria um formato diferente do que o mostrado, já que o nível
da água subiria e deixaria aquele continente com várias ilhas.
Teoria extraterrestre
Uma das mais polêmicas
teorias sobre a Atlântida foi proposta recentemente pelo pesquisador Prof. Ezra Floid.
Partindo do desenho de
cidade circular descrito por Platão, Floid
propõe que Atlântida se tratava de uma gigantesca nave
espacial, um disco-voador movido a hidrogênio,
hidromagnetismo, com uma usina central de Hidro-Forças, chamada de Templo de Poseidon: um
imenso OVNI descrito
por muitas culturas como "A Ilha Voadora" (citada em Viagens de Gulliver), relacionada com a Jerusalém Celestial descrita
na Bíblia,
à Purana Hindu que desce
do Céu, o Disco Solar dos Astecas, Maias, Incas e Egípcios.
Sendo Atlântida uma missão colonizadora, ela teria estado em muitos pontos daTerra, pois se
locomovia e se instalava em regiões; este teria sido o motivo pelo qual sua
presença ora é imaginada no Mediterrâneo,
ora na Indonésia, ora no Atlântico,
nos Polos e
nos Andes:
Atlântida seria a mesma nave descrita na epopeia dos Sumérios.
Segundo esta teoria inovadora do professor Ezra Floid, Atlântida não teria
submergido catastroficamente, mas intencionalmente, como parte do projeto
colonizador que seu povo realizava no planeta. Após
permanecer algum tempo no fundo do mar como cidade submarina,
o disco-voador atlante teria usado também a hidroenergia de emersão
para lançar-se diretamente no espaço
sideral, provocando com sua massa e seu arranque poderoso uma enorme onda
circular de tsunami no oceano onde
estaria oculta. Os sobreviventes deste tsunami, após a tragédia, teriam julgado
que Atlântida havia afundado. No entanto, os atlantes apenas teriam voltado
para seu sistema natal.
Hipóteses sobre a
localização geográfica
Há diversas correntes de
teóricos sobre onde se situaria Atlântida, e sobre quem teriam sido os seus
habitantes. A lenda que
postula Atlântida, Lemúria e Mu como continentes perdidos,
ocupados por diferentes raças humanas, ainda encontra bastante aceitação popular,
sobretudo no meio esotérico (não confundir com os antigos continentes
que, de acordo com a teoria da tectónica
de placasexistiram durante a história da Terra, como a Pangeia e o Sahul).
Alguns teóricos sugerem que
Atlântida seria uma ilha sobre a Dorsal Oceânica que - no
caso de não ser hoje parte dos Açores,Madeira, Canárias ou Cabo Verde -
teria sido destruída por movimentos bruscos da crosta
terrestre naquele local. Essa teoria baseia-se em supostas
coincidências, como a construção de templos em forma de pirâmide na América,
semelhantes às pirâmides do Egito, facto que poderia ser explicado com a existência de um
povo no meio do oceano que separa estas civilizações, suficientemente avançado
tecnologicamente para navegar até à África e
à América para disseminar os seus conhecimentos. Esta posição geográfica
explicaria a ausência concreta de vestígios arqueológicos sobre este povo.Na Google
Earth podemos encontrar em 31º32'93"N 24º10'91"O um
esqueleto da qual poderia ser Atlântida a 700 Km á sudoeste da Ilha
da Madeira.
Imagem de satélite das ilhas de Santorini, um
dos muitos locais cogitados como a antiga localização de Atlântida.
Alguns estudiosos dos
escritos de Platão acreditam que o continente de Atlântida seria na
realidade a própria América, e seu povo culturalmente avançado e coberto de
riquezas seria o povo Chavín,
da Cordilheira dos Andes, ou os olmecas da América
Central, cujo uso de ouro e pedras preciosas é confirmado pelos registros
arqueológicos. Terramotos comuns nestas regiões poderiam ter dado fim
a estas culturas, ou pelo menos abalado de forma violenta por um período de
tempo. Através de diversos estudos, alguns investigadores chegaram à conclusão
que Tiwanaku,
localizada no planalto boliviano, seria a antiga Atlântida. Essa civilização teria
existido de 17.000 a.C. a 12.000 a.C., numa época em que a região era
navegável. Foram encontrados portos de embarcações em Tiwanaku, faltando
escavar 97,5% do local.
Para alguns arqueólogos e
historiadores, Atlântida poderia ser uma mitificação da cultura minóica, que floresceu na ilha de Creta até ao
final do século XVI a.C. Os ancestrais dos gregos, os micênicos, tiveram contato com essa
civilização culturalmente e tecnologicamente muito avançada no início do seu
desenvolvimento na Península Balcânica. Com os minóicos, os micénicos aprenderam arquitetura,
navegação e o cultivo de oliveiras, elementos vitais da cultura helénica posterior.
No entanto, dois fortes terramotos e maremotos no Mar Egeu solaparam
as cidades e os portos minóicos, e a civilização de Creta rapidamente
desapareceu. É possível que as histórias sobre este povo tenham ganho
proporções míticas ao longo dos séculos, culminando com o conto de Platão.
Nos contos de Platão,
Atlântida era uma potência naval localizada "na frente das Colunas de Hércules", que conquistou
muitas partes da Europa Ocidental e África 9.000
anos antes da era de Solon, ou seja, aproximadamente 9600 a.C.. Após uma tentativa
fracassada de invadir Atenas, Atlântida afundou no oceano "em
um único dia e noite de infortúnio".
Estudiosos disputam se e
como a história ou conto de Platão foi inspirada por antigas tradições. Alguns
pesquisadores argumentam que Platão criou a história mediante memórias de
eventos antigos como a erupção de Thera ou a guerra
de Tróia, enquanto outros insistem que ele teve inspiração em
acontecimentos contemporâneos, como a destruição de Helique em 373 a.C.
ou a fracassada invasão ateniense da Sicília em 415 a.C.–413 a.C..
A possível existência de
Atlântida foi discutida ativamente por toda a antiguidade clássica, mas é normalmente
rejeitada e ocasionalmente parodiadapor
autores atuais. Alan Cameron afirma que "só nos tempos modernos é que
as pessoas começaram a levar a sério a história da Atlântida; ninguém o fez na
Antiguidade".[
Embora pouco conhecida
durante a Idade Média, a história da Atlântida foi redescoberta
pelos Humanistas na Idade
Moderna. A descrição de Platão inspirou trabalhos utópicos de vários
escritores da Renascença, como Francis
Bacon em "Nova Atlântida". Atlântida
ainda inspira a literatura - da ficção científica a gibis - e o cinema. Seu nome
tornou-se uma referência para toda e qualquer suposição sobre avançadas
civilizações pré-históricas perdidas.
Menções na literatura
A mais antiga menção
conhecida sobre a Atlântida foi feita pelo filósofo grego Platão (428-347
a.C.) em dois dos seus diálogos (Timeu e Crítias). Platão
conta-nos que Sólon, no curso das suas viagens pelo Egito, questiona um sacerdote que
vivia em Sais, no delta
do Nilo, e que este lhe fala de umas tradições ancestrais relacionadas com
uma guerra perdida nos anais dos tempos entre os atenienses e
o povo atlante. Segundo o sacerdote, o povo deAtlantis viveria
numa ilha localizada para além dos pilares de Heracles, onde
o Mediterrâneo terminava e o Oceano começava.
Quando os deuses helênicospartilharam a terra, conta o
sacerdote, a cidade de Atenas ficou para a deusa Atena e Hefesto, mas
Atlântida tornou-se parte do reino de Poseidon, deus
dos mares.
Em Atlântida, nas montanhas
ao centro da ilha, vivia uma jovem órfã de nome Clito. Conta a lenda que Poseidon
ter-se-ia apaixonado por ela e, para poder coabitar com o objeto da sua paixão,
teria erguido uma barreira constituída por uma série de muralhas de água e
fossos aquíferos em volta da morada da sua amada. Desta maneira viveram por
muitos anos, e desta relação nasceram cinco pares de gêmeos. O mais velho, o
deus dos mares chamou Atlas.
Após dividir a ilha em dez áreas circulares, o deus dos mares concedeu
supremacia a Atlas, dedicando-lhe a montanha de onde Atlas espalhava o seu
poder sobre o resto da ilha.
Atlântida submersa, em
ilustração da obra Vinte Mil Léguas Submarinas.
Em cada um dos distritos
(anéis terrestres ou cinturões), reinavam as monarquias de cada um dos
descendentes dos filhos de Clito e Poseidon.
Reuniam-se uma vez por ano no centro da ilha, onde o palácio central e o templo
a Poseidon, com os seus muros cobertos de ouro, brilhavam ao sol. A reunião
marcava o início de um festival cerimonioso em que cada um dos monarcas dispunha-se
à caça de um touro. Uma vez o touro caçado, beberiam do seu
sangue e comeriam da sua carne, enquanto sinceras críticas e cumprimentos eram
trocados à luz do luar.
Atlântida seria uma ilha de
extrema riqueza vegetal e mineral. Não só
era a ilha magnificamente prolífica em depósitos de ouro, prata, cobre, ferro, etc., como
ainda de oricalco,
um metal que brilhava como fogo.
Os reis de Atlântida
construíram inúmeras pontes, canais e passagens fortificadas entre os seus
cinturões de terra, cada um protegido com muros revestidos de bronze no
exterior e estanho pelo interior. Entre estes brilhavam edifícios construídos
de pedras brancas, pretas e vermelhas.
Tanto a riqueza e a
prosperidade do comércio, como a inexpugnável defesa das suas muralhas, se
tornariam imagens de marca da ilha.
Pouco mais se sabe de
Atlântida. Segundo Platão, foi destruída por um desastre natural (possivelmente
um terremoto ou maremoto) cerca
de 9000 anos antes da sua era. Segundo Roger Paranhos, em seu livro Akhenaton
- A revolução espiritual do antigo Egito
o continente de Atlântida
foi destruído por um cometa. Talvez essa teoria possa ser corroborada pela
hipótese do Cometa Clóvis , segundo a qual uma explosão aérea ou um
impacto de um ou mais objetos do espaço sobre a Terra, ocorrido entre 12.900 e
10.900 anos atrás, desencadeou um período glacial conhecido por Dryas
Recente e pode ter atingido o continente perdido e o submergido.
Crê-se ainda que os atlantes teriam
sido vítimas das suas ambições de conquistar o mundo, acabando por ser dizimados
pelos atenienses.
Outra tradição completamente
diferente chega-nos por Diodoro da Sicília, segundo o qual os atlantes
seriam vizinhos dos líbios e teriam sido atacados e destruídos pelas amazonas.
Segundo outra lenda, o povo que habitava
a Atlântida era muito mais evoluído que os outros povos da época e, ao prever a
destruição iminente, teria emigrado para a África, sendo
os antigos egípciosdescendentes
dos atlantes.
Na cultura pop do séc. XX,
muitas histórias em quadrinhos, filmes e desenhos
animados retratam Atlântida como uma cidade submersa, povoada por sereias ou
outros tipos de humanossubaquáticos.
Teorias e hipóteses sobre
sua existência
O tema Atlântida tem dado
origem a diferentes interpretações, das céticas às mais fantasiosas. Segundo
alguns autores mais céticos, tratar-se-ia de uma metáfora referente
a uma catástrofe global (identificada, ou não, com o Dilúvio),
que teria sido assimilada pelas tradições orais de diversos povos e configurada
segundo suas particularidades culturais próprias. Consideram também que a
narrativa se insere numa dada mitologia que pretendia explicar as
transformações geográficas e geológicas devidas às transgressões marinhas. De acordo com Platão, no
livro Atlântida, esta cidade estaria além das colunas de Hércules (estreito de Gibraltar) próxima a uma região
conhecida comoQuadrilátero de Canais. Este Quadrilátero foi,
assim, descrito por Crítias:
"Havia montanhas
numerosas, próximas à planície da cidade, ricas em habitantes, rios, lagos,
florestas em tão grandes números de essências, tão variadas que davam
abundância de materiais próprios para todos os trabalhos possíveis. Ora, na
planície, pela ação de muitos reis (…) construiu-se um Quadrilátero de lados
quase retilíneos e alongados, onde os lados se afastavam em linha reta,(...)
cavando-se o fosso contínuo
que rodeava a planície. Quanto a profundidade, a largura e desenvolvimento
desse canal é difícil de crer que a obra tenha saído das mãos humanas.(...) O
fosso recebia os cursos d'água que desciam das montanhas, fazia a volta à
cidade, e de lá, ia esvaziar-se no mar.(...) Para carregar a madeira das
montanhas, para levar de barco outros produtos de estação, cavavam-se, a partir
de canais,
derivações navegáveis, de direção oblíqua uma em relação às outras e em relação
à cidade."
Nota-se, pelo depoimento,
que a cidade ficava próxima a uma estrutura de canais cujo o próprio Crítias
considerava: "é difícil de crer que a obra tenha saído das mãos
humanas". Além disso, pelas outras informações e descrições, a cidade
teria um formato circular e estaria a frente dessa gigantesca geometriaquadrangular.
Em 2011 foi lançado pelo
pesquisador espanhol Francisco J. R. Peláez, professor da UFABC, o livro
"W"[1] em que ele expõe 7
anos de pesquisas à respeito da localização de Atlantida com base na Teoria
Platônica. Neste livro, e no site do mesmo, o pesquisador Peláez e seus
colaboradores expõe evidências científicas de que Atlântida estaria submersa na
bacia do Caribe. Em maio de 2011, o pesquisador deu uma entrevista no Programa
do Jô onde apresenta para o grande público as motivações de seus 7
anos de pesquisa.
Teoria do antigo continente
Há ainda a versão, como a
defendida pelo cientista brasileiro Arysio Nunes dos Santos, segundo a qual
Atlântida seria nada mais do que o nome grego para uma civilização ancestral,
que teria sido descrita com diferentes nomes nas mais diversas culturas. Para
Arysio, a Atlântida supostamente real ficaria na Indonésia e
diversos povos do mundo, como os gregos, egípcios, hindus e mesmo
os índios tupis,
seriam descendentes dos atlantes. Ainda, segundo essa teoria, diversas
descobertas científicas como a criação do alfabeto, das culturas agrícolas, da
pecuária e do cavalo,
seriam tributárias dos atlantes.
Teoria de Tântalis
Alguns pesquisadores
acreditam que a Atlântida, nome derivado do titã Atlas, é uma
releitura grega da antiga cidade, também perdida, de Tântalis, nome derivado do rei de
Sípilo, Tântalo.
A lenda de Tântalo seria essencialmente a mesma de Tântlis, sendo Tântalo uma
releitura lídia de
Atlas.[8] A
Atlântida então, segundo essa versão, nada mais seria que a versão grega da
antiga capital da Lídia, Tântalis, conhecida também como Sipylus, que se localizava nas terras
de Arzawa, situada na costa ocidental da Anatólia.[9] Segundo
escritos antigos e autores clássicos, a cidade antiga de Tântalis sucumbiu,
devido a um grande terremoto que despedaçou o monte Sipylus, afundando, após
isso, nas águas que brotaram de Yarikkaya, uma ravina profunda,
transformando-se no lago Saloe. Durante o século XX, o lago Saloe, último
vestígio de Tântalis, foi esvaziado sem cerimônia para abrir mais espaço para a
agricultura.
Teoria da Antártida
Na década de 1960, o professor Charles
Hapgood, tentando entender como ocorreram as eras
glaciais, propôs a teoria de que o gelo que se acumula nas calotas polares
provocaria um peso suficiente para que o polo terrestre se deslocasse sobre a
superfície da Terra,
carregando outro continente para o polo e causando uma era glacial nesse lugar.
Segundo essa teoria, uma parte dos Estados
Unidos já teria se tornado o polo norte e
a Antártida já
teria se localizado mais acima no Oceano Atlântico, entre a Argentina e a África. Se
valendo dessa teoria, o polêmico jornalista britânico Graham
Hancock propôs que o continente perdido de Atlântida seria, nada mais,
do que a Antártida antes do último período glacial, quando estaria mais alta no
Oceâno Atlântico, e as cidades Atlântidas, por sua vez, estariam em baixo de
grossa camada de gelo, tornando impossível sua investigação arqueológica. Essa
teoria seria ainda confirmada por uma mapa, o mapa dos antigos reis dos
mares, feito por Piri Reis no século
XVI, baseado em mapas antigos, que mostra um estranho formato para a América
do Sul, que seria não a América do Sul, mas sim a Antártida na sua
localização não polar. Essa teoria é aceita por alguns, porém não pelos
estudiosos atuais que afirmam que o peso dos polos não seria suficientemente
grande para fazer mover os continentes na superfície da Terra, e, ainda,
descobriram que o mapa de Piri Reis é realmente o mapa da América do Sul,
porém, tendo como referência a cidade do Cairo, o que deu um
formato diferente ao continente. Ainda, fotos de satélite tiradas a partir da
cidade do Cairo, comprovaram que o formato da América do Sul, vista do Cairo, é
como o mostrado no mapa. Outro problema encontrado com esse mapa é que sem o
gelo a Antártida teria um formato diferente do que o mostrado, já que o nível
da água subiria e deixaria aquele continente com várias ilhas.
Teoria extraterrestre
Uma das mais polêmicas
teorias sobre a Atlântida foi proposta recentemente pelo pesquisador Prof. Ezra Floid.
Partindo do desenho de
cidade circular descrito por Platão, Floid
propõe que Atlântida se tratava de uma gigantesca nave
espacial, um disco-voador movido a hidrogênio,
hidromagnetismo, com uma usina central de Hidro-Forças, chamada de Templo de Poseidon: um
imenso OVNI descrito
por muitas culturas como "A Ilha Voadora" (citada em Viagens de Gulliver), relacionada com a Jerusalém Celestial descrita
na Bíblia,
à Purana Hindu que desce
do Céu, o Disco Solar dos Astecas, Maias, Incas e Egípcios.
Sendo Atlântida uma missão colonizadora, ela teria estado em muitos pontos daTerra, pois se
locomovia e se instalava em regiões; este teria sido o motivo pelo qual sua
presença ora é imaginada no Mediterrâneo,
ora na Indonésia, ora no Atlântico,
nos Polos e
nos Andes:
Atlântida seria a mesma nave descrita na epopeia dos Sumérios.
Segundo esta teoria inovadora do professor Ezra Floid, Atlântida não teria
submergido catastroficamente, mas intencionalmente, como parte do projeto
colonizador que seu povo realizava no planeta. Após
permanecer algum tempo no fundo do mar como cidade submarina,
o disco-voador atlante teria usado também a hidroenergia de emersão
para lançar-se diretamente no espaço
sideral, provocando com sua massa e seu arranque poderoso uma enorme onda
circular de tsunami no oceano onde
estaria oculta. Os sobreviventes deste tsunami, após a tragédia, teriam julgado
que Atlântida havia afundado. No entanto, os atlantes apenas teriam voltado
para seu sistema natal.
Hipóteses sobre a
localização geográfica
Há diversas correntes de
teóricos sobre onde se situaria Atlântida, e sobre quem teriam sido os seus
habitantes. A lenda que
postula Atlântida, Lemúria e Mu como continentes perdidos,
ocupados por diferentes raças humanas, ainda encontra bastante aceitação popular,
sobretudo no meio esotérico (não confundir com os antigos continentes
que, de acordo com a teoria da tectónica
de placasexistiram durante a história da Terra, como a Pangeia e o Sahul).
Alguns teóricos sugerem que
Atlântida seria uma ilha sobre a Dorsal Oceânica que - no
caso de não ser hoje parte dos Açores,Madeira, Canárias ou Cabo Verde -
teria sido destruída por movimentos bruscos da crosta
terrestre naquele local. Essa teoria baseia-se em supostas
coincidências, como a construção de templos em forma de pirâmide na América,
semelhantes às pirâmides do Egito, facto que poderia ser explicado com a existência de um
povo no meio do oceano que separa estas civilizações, suficientemente avançado
tecnologicamente para navegar até à África e
à América para disseminar os seus conhecimentos. Esta posição geográfica
explicaria a ausência concreta de vestígios arqueológicos sobre este povo.Na Google
Earth podemos encontrar em 31º32'93"N 24º10'91"O um
esqueleto da qual poderia ser Atlântida a 700 Km á sudoeste da Ilha
da Madeira.
Imagem de satélite das ilhas de Santorini, um
dos muitos locais cogitados como a antiga localização de Atlântida.
Alguns estudiosos dos
escritos de Platão acreditam que o continente de Atlântida seria na
realidade a própria América, e seu povo culturalmente avançado e coberto de
riquezas seria o povo Chavín,
da Cordilheira dos Andes, ou os olmecas da América
Central, cujo uso de ouro e pedras preciosas é confirmado pelos registros
arqueológicos. Terramotos comuns nestas regiões poderiam ter dado fim
a estas culturas, ou pelo menos abalado de forma violenta por um período de
tempo. Através de diversos estudos, alguns investigadores chegaram à conclusão
que Tiwanaku,
localizada no planalto boliviano, seria a antiga Atlântida. Essa civilização teria
existido de 17.000 a.C. a 12.000 a.C., numa época em que a região era
navegável. Foram encontrados portos de embarcações em Tiwanaku, faltando
escavar 97,5% do local.
Para alguns arqueólogos e
historiadores, Atlântida poderia ser uma mitificação da cultura minóica, que floresceu na ilha de Creta até ao
final do século XVI a.C. Os ancestrais dos gregos, os micênicos, tiveram contato com essa
civilização culturalmente e tecnologicamente muito avançada no início do seu
desenvolvimento na Península Balcânica. Com os minóicos, os micénicos aprenderam arquitetura,
navegação e o cultivo de oliveiras, elementos vitais da cultura helénica posterior.
No entanto, dois fortes terramotos e maremotos no Mar Egeu solaparam
as cidades e os portos minóicos, e a civilização de Creta rapidamente
desapareceu. É possível que as histórias sobre este povo tenham ganho
proporções míticas ao longo dos séculos, culminando com o conto de Platão.
Uma formulação moderna da
história da Atlântida e dos atlantes foi feita por Helena Petrovna Blavatsky, fundadora da Teosofia. No
seu principal livro, A Doutrina Secreta, ela descreve em detalhe a
raça atlante, o seu continente e as suas cultura, ciência e religião. Existem
alguns cientistas que remetem a localização da Atlântida a um local sob a
superfície da Antártica.
A localização mais recente foi
sugerida pela imagem obtida com o Google
Earth por um engenheiro aeronáutico e publicada no tablóide The Sun, mostrando
contornos que poderão indicar a construção de edifícios numa vasta extensão com
dimensões comparáveis ao País
de Gales e situado no Oceano Atlântico, numa área conhecida como o
abismo plano da Ilha da Madeira. Richard Freund, um arqueólogo da Universidade de Hartford,
em Connecticut,
diz que um tsunami inundou
a antiga cidade. Apesar das suposições do engenheiro, a região
assemelha-se muito às considerações de Crítias sobre
o Quadrilátero, pela sua grandeza e suas ramificações. Há também, à frente
dessa gigantesca estrutura, uma pequena geometria circular,
dividida em quatro secções pelas ramificações que se cruzam, conforme as
menções sobre os canais que envolviam a cidade, referidos no livro de Platão.
Uma formulação moderna da
história da Atlântida e dos atlantes foi feita por Helena Petrovna Blavatsky, fundadora da Teosofia. No
seu principal livro, A Doutrina Secreta, ela descreve em detalhe a
raça atlante, o seu continente e as suas cultura, ciência e religião. Existem
alguns cientistas que remetem a localização da Atlântida a um local sob a
superfície da Antártica.
A localização mais recente foi
sugerida pela imagem obtida com o Google
Earth por um engenheiro aeronáutico e publicada no tablóide The Sun, mostrando
contornos que poderão indicar a construção de edifícios numa vasta extensão com
dimensões comparáveis ao País
de Gales e situado no Oceano Atlântico, numa área conhecida como o
abismo plano da Ilha da Madeira. Richard Freund, um arqueólogo da Universidade de Hartford,
em Connecticut,
diz que um tsunami inundou
a antiga cidade. Apesar das suposições do engenheiro, a região
assemelha-se muito às considerações de Crítias sobre
o Quadrilátero, pela sua grandeza e suas ramificações. Há também, à frente
dessa gigantesca estrutura, uma pequena geometria circular,
dividida em quatro secções pelas ramificações que se cruzam, conforme as
menções sobre os canais que envolviam a cidade, referidos no livro de Platão.
Twitter: @Noitedoanjo
Nenhum comentário:
Postar um comentário