O Animismo Africano, segundo a visão de mundo religiosa africana, seria a relação cotidiana que os homens mantêm com Deus, ou deuses, e suas representações imediatas num “sistema de afunilamento”. É uma visão monoteísta na qual Deus se encontra num plano secundário, pois é representado por suas criações terrenas. Segundo Homero Homem, em Moçambique, as primeiras machambas, o negro africano, que era caçador, cultuava a presença de deus através da natureza, sua representação mais próxima de deus ao mesmo. Assim sendo, lagos, rios, árvores, o céu, a terra, o sol, o trovão, os raios, animais, todos, de acordo com a localidade, tornaram-se símbolos (como totens) de respeito, bom presságio (ou mau agouro) e adoração por serem criações divinas e, logo, representarem Deus no plano terrestre. E o próprio homem se encontraria nesse grupo de representações. Com o começo do contato desses mesmos homens com outros de tribos diferentes, e até ocidentais, e com a formação de uma sociedade, foi necessária a criação do culto a antepassados comuns a esse grupo étnico, um culto que acabaria sendo particularizado a antepassados consanguíneos, ou seja, cada família cultuaria também seus ancestrais. Quem deteria o poder de contato entre os habitantes e os seus ancestrais, que governariam o mundo dos vivos, na tentativa de predestinar caminhos a serem seguidos pela família, seria o mais velho, o idoso. E assim os mitos conduziriam as sociedades porque assim, num tempo espiritual, os ancestrais o fizeram.
Para o ocidental, a religião poderia representar certa resignação à morte, uma invenção de vida após a morte. Esse homem sente-se angustiado diante desse processo natural. Na cosmovisão africana, quando alguém morre ou retorna, isso não é sobrenatural, e sim natural. É uma prática que faz parte do comum, do prosaico. O homem tem angústia na morte, embora integrante da natureza. Obviamente, há dor na perda de um ente querido, no entanto a morte não é vista como um fim total, mas uma parte do ciclo vital.
O animismo africano não seria uma prática mágica em que os adeptos realizariam feitos fantásticos ou que creriam em coisas extraordinárias, como numa realidade fantasiosa. A visão animista africana faz parte do dia-a-dia como prática prosaica, não sendo um devaneio qualquer do indivíduo. São as implicações dos Entes Sobrenaturais na existência primordial resultantes no presente. É a terceira margem do rio sendo encontrada naturalmente. Logo, o contato entre mundo “concreto” e o mundo espiritual comungaria entre si.
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