Magia branca sucede quando se invoca e contacta com espíritos celestes a fim de realizar um certo fim neste mundo, ao passo que magia negra sucede quando se invocam e dialoga com espíritos terrenais, ( ou das trevas), a fim de conseguir alcançar um determinado objectivo.
Magia branca não tem que ver com o fim da magia ser bom, nem a magia negra tem que ver com o seu objectivo ser mau. Como abaixo veremos, Jesus usou de processos que são típicos da magia negra para fazer o bem, ao passo que podemos encontrar diversos exemplos no Antigo Testamento de como a Magia Branca foi usada para fins altamente destrutivos.
Quanto ao Antigo testamento e a Magia Branca, podemos por exemplo verificar no Livro de Crónicas, que o Rei Ezequias,( 32; 20-21), invocou a intervenção de Deus e os seus anjos numa situação difícil, e que os anjos de Deus actuaram neste mundo causando mais de 100.000 mortos e feridos. Ora, eis um caso em que um processo de magia branca, (de contacto com os espíritos celestes), resultou num acto de violenta e terrível destruição, com milhares de homens mortos.
O mesmo podemos observar no II Livro de Reis,(19; 35), assim como no Livro de Génesis,
em que uma cidade inteira, ( com mulheres e crianças inocentes incluídas), foram mortos ás mãos de seres celestes.
A magia branca, pode por isso ser realizada com fins altamente destrutivos.
Por isso, reitera-se: a magia não é negra se usada para realizar o mal, nem branca se usada para realizar o bem. A magia negra pode ser usada para causar o bem, assim como a magia branca poder ser celebrada para causar a destruição e o mal de alguém. Ao contrário, magia é branca, se usada para contactar com espíritos celestes, ( independentemente da finalidade da mesma), e é negra se usada para comunicar com entidades terrenais ou das trevas, ( independentemente dos ojectivos da mesma)
Dois exemplos de magia branca e magia negra, estão claramente inscritos nos Evangelhos:
Jesus praticou magia branca, quando invocou e contactou com os espíritos de Elias e Moisés, (Mc 9;2-4), espíritos que tinha sido elevados á condição celeste por Deus. Jesus também praticou magia branca, de cada vez que usou a palavra magica de Deus, ( Mc 5,41; 7, 31-37), para invocar a força do «Espírito Santo» e realizar milagres de cura nos sofredores.Nestes casos, Jesus, entrou em contato com forças espirituais de luz e de Deus, (ate mesmo com o «Espírito Santo» - Mt 3, 16-17 - , e o próprio Deus «HYYV»), para realizar actos de cura na vida daqueles que sofriam. Ora, ao contacto com entidades de luz para realizar obras neste mundo, chama-se: «Magia Branca».
Jesus exerceu uma actividade não só de mestre espiritual, como de exorcista itinerante ( Mc 1,39). Ora, quando entrou em contacto directo com demónios e dialogou com eles, (Mc 1, 24-27; 5, 8-13), sendo para lhes ordenar que abandonassem uma pessoa, sendo para lhes exigir silencio sobre a sua própria identidade,(Mc 3,12: Lc 4, 41), sendo para lhes autorizar que incorporassem em animais ao invés de em humanos, (Mc 5, 12-13) etc, em todos estes casos, Jesus estava usando de dialogo e autoridade junto espíritos das trevas para realizar curas na vida das pessoas. a verdade é que, realizar curas e actos favoráveis ás pessoas com recurso a demónios,
é um acto de «magia negra», pois á pratica espiritual que faz uso da autoridade sobre os demónios para realizar fins neste mundo, chama-se: «Magia negra.»
Por Jesus a praticar, é que Ele foi acusado de expulsar demónios pelo poder dos próprios demónios (Mt 12, 27-29), o que no fundo é uma acusação de pratica de «magia negra». A própria mãe de Jesus,( bem como seus irmãos), entenderam o que ele estava fazendo, e disseram mesmo que Jesus estava «fora de si», ( Mc 3,21) e tentaram apanha-lo de forma a faze-lo parar com as suas atividades exorcistas.
No Evagelho apócrifo de de Nicodemo, ( igualmente conhecido por «Actos de Pilatos»), afirma-se sobre Jesus: «É um mago», ( I,1), «um feiticeiro» ( I,12) .
Disso mesmo atestam diversas fontes rabínicas, revelando que Jesus no seu tempo foi visto como alguém que realizava prodígios que eram tidos como «fruto de magia» (b. Sanh 43ª; b. Sanh 107b; sanh. 107b)